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domingo, 31 de março de 2013

Páscoa da Ressurreição do Senhor


Páscoa do Senhor
LITURGIA DA PÁSCOA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
— Glória a vós, Senhor!


No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo.

Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.

Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo.

Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.

Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.

Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.

De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Aleluia! Cristo ressuscitou verdadeiramente! Venceu a morte e despojou o império das trevas, sendo vitorioso e dando-nos também a vitória. Ele venceu e também somos vencedores com Ele. Meu irmão, minha irmã, Jesus despojou o império das trevas. Somos vitoriosos porque Deus nos deu a vitória em Jesus Cristo, Seu Filho Unigênito. E isto não pelos nossos méritos, mas sim pela Sua graça.

Cante bem alto o festivo ‘Aleluia’. Pois chegou para nós o dia sem ocaso. O sol brilha para nós apontando-nos o caminho da eternidade. Aliás, Deus sempre nos conduz em triunfo, para que nós espalhemos o odor do conhecimento de Deus por todo lugar por onde andarmos.


Por Cristo e em Cristo somos mais que vencedores, porque através d’Ele passamos do fracasso e da derrota para a fortaleza, a vitória e o triunfo. Passamos da morte para a vida! Tudo isso Deus o fez por amor.

Pode Deus ficar em uma cruz? Sim, Ele morreu lá, por amor a mim e a você. Pode Deus permanecer em um túmulo? Não, Ele ressuscitou para que você e eu sejamos vitoriosos.
Caríssimo, se somos vitoriosos, porque guardamos – para nós – os maus momentos? Por que os abraçamos? Por que os mantemos conosco? Os maus momentos, maus hábitos, egoísmo, mentiras, fanatismos, deslizes e falhas, por que os mantemos conosco? Precisamos deixar todo este lixo aos pés da Cruz! Podemos fazer isso porque Deus quer! Ele quer que façamos isto, porque sabe que não podemos viver como Ele. Só Ele é Santo. A Cruz e o túmulo vazio nos santifica. Devemos deixar os maus momentos na Cruz e caminhar com Ele em vitória, pois Jesus não ficou no túmulo. A pedra foi removida. Deus faz mais que perdoar os pecados, Ele os remove.

Devemos deixar os nossos maus momentos na Cruz e também os momentos ruins dos nossos irmãos que chegam até nós. Devemos amá-los. Se amamos a Deus, amamos os nossos irmãos. Como podemos nos aproximar de Deus e pedir o Seu perdão, se nós não perdoamos os nossos irmãos?


Coisas do passado sempre são trazidas ao presente. Como alguns têm boa memória para os erros dos irmãos e péssima memória para a mudança deles! Pare de se prender aos erros do passado. Olhe para o fruto que pode brotar no coração do seu irmão. Assim como você ressuscitou com Cristo e é nova criatura, também o seu irmão é em Cristo e com Cristo uma nova criatura!

Reze e peça a Deus que apague as minhas e as suas transgressões, bem como as do meu e seu irmão.

Abandone seus pecados antes que eles te contaminem totalmente. Abandone o rancor, antes que ele o incite à raiva e contenda. Entregue a Deus sua ansiedade antes que ela o iniba de caminhar com fé. Dê a Deus os seus momentos ruins. Se você deixar com Deus os seus momentos ruins, só sobrará bons momentos e então Cristo terá ressuscitado em você. E, se Cristo ressuscitou em você, já não é você que vive, mas é Cristo que vive no seu corpo e, se Cristo vive em você, tudo em você é santo, porque está envolvido pela luz d’Aquele que verdadeiramente ressuscitou.

Feliz Páscoa!

Padre Bantu Mendonça

sábado, 30 de março de 2013

† O Sábado Santo



O sábado é o segundo dia do Tríduo: no chão junto à ele, durante sete dias e e sete noites com Cristo no sepulcro.

Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (Circ 73).

No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.

A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".

O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.


É um dia de meditação e silêncio. Algo pareceido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).

Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:

"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".


Vigília Pascal

A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, segundo uma antiqüíssima tradição, (Ex. 12, 42), de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35 ss), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.

A Vigília Pascal se desenvolve na seguinte ordem:

Breve Lucernário

Abençõa-se o fogo. Prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, entre os braços da cruz marca as cifras do anos em curso. A continuação se anuncia o Pregão Pascal.

Liturgia da Palavra

Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, media as maravilhas que desde os inícios Deus realizou com seu povo.

Liturgia Batismal

São chamados os catecúmenos, que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se a renovação dos compromissos batismais.


Liturgia Eucarística

Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Nele participam pelas primeira vez os neófitos.

Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo.

A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa.

O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa. Preparam-se os velas para todos os que participem da Vigília.

FONTE: CATEQUESE CATÓLICA SITE

quinta-feira, 28 de março de 2013

As Sete Palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz.




É importante ressaltar, que o Senhor nunca produziu Palavra alguma, se não fosse para perdoar, salvar e edificar, porque Ele não fala aleatoriamente ou apenas por falar. Em cada expressão há um fundamento, em cada Palavra um significado, é fiel e verdadeira, e não volta ao Pai vazia. Vamos meditar nas sãs Palavras do Senhor, e conhecer a sua verdade, para crescimento espiritual da Igreja edificada e membrada no Corpo de Cristo, pelo socorro do Espírito Santo de Deus.

A PRIMEIRA PALAVRA - Evangelho de Lucas 23.34: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.

Enquanto que a lei de Moisés mandava amar ao próximo e aborrecer o inimigo, Jesus Cristo, pela sua infinita bondade, no momento da sua maior angústia teve a humildade de interceder ao Pai por aqueles que lhes afligia, dando-lhes a oportunidade de arrependimento para receber o perdão dos pecados e a esperança da salvação.

Homem de dores, sacrifício vivo para remissão dos nossos pecados, foi humilhado das mais terríveis e diversas formas. Com todo poder para transformar o universo em minúsculas partículas, ou fazer desaparecer tudo repentinamente, não pediu vingança ao Pai, pediu que lhes perdoassem, deixando em si mesmo, o maior exemplo de bondade e humildade, porque SUBLIME É O PERDÃO.

No Evangelho de João 3.17, disse Jesus: Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.

Em João 12.47 disse: E, se alguém ouvir as minhas palavras e não crer, eu não o julgo, porque eu vim não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.


CRISTO NOS ENSINA A PERDOAR

Evangelho de Mateus 5.43 a 46, Jesus disse: Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?

Evangelho de Lucas 6.27 a 29, Ele disse, mas a vós, que ouvis, digo: Amai a vossos inimigos , fazei bem aos que vos aborrecem, bendizei os que vos maldizem e orai pelos que vos caluniam.

Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses. Ama, pois, a vossos inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes, será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque Ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.

Mateus 6.12, 14 e 15 diz: Pai perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.

O Senhor sonda os nossos corações, Ele sabe perfeitamente que prostrar-se diante do Pai e rogar-lhe o perdão, é algo relativamente fácil. Mas tirar a mágoa do coração, perdoar e não se lembrar mais, já não é tão simples assim. Por isso Ele, condicionou: se perdoarmos aos homens as suas ofensas, receberemos o perdão do Pai, porém, se não perdoarmos também não seremos perdoados. Porque SUBLIME É O PERDÃO.


A SEGUNDA PALAVRA - Evangelho de Lucas 23.43, disse Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.

Para entendermos esta palavra, vamos começar pelo livro de Gênesis 3.6,7, onde o homem acabou perdendo a sua maior herança: Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.

Gênesis 3.23, 24: O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. E, expulsou o homem, e pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada, que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.

Hebreus 12.16, 17: Esaú, por um bocado de manjar, vendeu o seu direito a primogenitura; e querendo ele ainda herdar a benção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrima o buscou. Esaú pecou, e quando veio o arrependimento, não achou lugar para alcançar o perdão, porque o pecado havia entrado no homem, e foram expulsos do paraíso, que Deus havia formado para o homem viver eternamente. O Senhor havia colocado anjos, vigiando o caminho da árvore da vida, que é o paraíso que Cristo prometeu ao homem que estava crucificado ao seu lado.

Na carta aos Romanos 3.20, a palavra afirma que nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei, vem o conhecimento do pecado, fazendo-se necessário que o Senhor Deus entregasse o seu próprio filho a habitar entre nós, o qual deu a sua vida em sacrifício vivo numa cruz, porque sem derramamento de sangue não haveria remissão dos pecados, o qual também ressuscitou ao terceiro dia para a esperança da nossa salvação ( Romanos 4:25 ).

E hoje, pela aspersão do seu sangue, achamos lugar de arrependimento porque Cristo levou sobre si o pecado do mundo inteiro (Isaias capítulo 53), abriu a porta do paraíso e nós, sendo inimigos de Deus, fomos reconciliados pela morte do seu filho, e, pelo seu sangue restabeleceu a paz entre Deus e o homem.

Mateus 10.32: Disse Jesus: Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.

Romanos 10.9: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus Cristo, e com teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.

Lucas 5.31 e 32, Ele disse: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas os enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento. E no livro de Lucas 19.10, Jesus ainda disse: Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.

A TERCEIRA PALAVRA – Evangelho de João 19.26 e 27, disse Jesus: Mulher, eis aí o teu filho. Eis aí a tua mãe, ele cuidará de ti.

João 19.25 a 30: E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria de Cleofas, e Maria Madalena.

Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e o discípulo a quem Ele mais amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe. E desde àquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

Nestas últimas palavras de Jesus estando na cruz, "Ele" evidenciou que o seu vínculo com Maria havia encerrado, porque a parte humana, a parte material de Jesus Cristo a qual Maria havia desenvolvido no seu ventre, havia sido morta em sacrifício vivo para remissão dos pecados de muitos. Porém, a parte espiritual que veio de Deus Pai, permanece viva porque Jesus Cristo ressuscitou com um corpo glorificado, o qual Maria não tinha mais nenhum vínculo. Foi elevado ao céu, está sentado à direita do Pai e pelos pecadores intercede.

Jesus disse ainda que o discípulo a quem Ele mais amava seria o seu filho, e Maria a sua mãe, isto porque ambos eram humanos, carnais; mas Jesus Cristo é Espírito, e o carnal não pode sobrepor o espiritual.

João 3:6 - Disse Jesus: O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito. Apesar de, a parte material de Jesus ter sido desenvolvida no ventre de Maria, Ele foi gerado pelo Espírito Santo, pela virtude do Altíssimo (Lucas 1.35). E o anjo ainda avisou Maria: Ele será chamado filho de Deus.

O Senhor Jesus teve a preocupação de não deixar Maria desamparada, encarregou de cuidá-la a pessoa da sua maior confiança, o apóstolo a quem "Ele" mais amava. Criou entre eles o maior vínculo de amor fraterno entre os seres humanos, a relação mais harmoniosa, o amor maternal, para conforto de ambos. Podemos observar também que apesar do respeito que o Senhor Jesus Cristo tinha por Maria, pois era sem pecado, em nenhum momento, dentro do Evangelho, Jesus Cristo deu o tratamento de mãe para Maria, Ele sempre a tratava por mulher. Leia neste site A ABOMINÁVEL IDOLATRIA.

A QUARTA PALAVRA – Evangelho de Mateus 27.46, Jesus disse: Eli, Eli, lema sabactâni. Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes?

A palavra do Senhor, no livro de Isaias Capítulo 53:3 diz que Jesus Cristo era homem de dores. Tinha os nossos sentimentos, sentia as mesmas dores, as nossas necessidades físicas, e sabia da grande aflição que havia de passar. Angustiou-se muito, mas não temeu, nem recuou, antes buscou conforto naquele que tem poder para todas as coisas.

No Evangelho de Marcos 14.32 a 36 a palavra diz: E foram a um lugar chamado Getsêmane, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro. E tomou consigo Pedro, e a Tiago, e a João, e começou a ter pavor, e a angustiar-se.

E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte, Ficai aqui, e vigiai. E tendo ido a um pouco mais adiante, prostrou-se em terra e orou para que, se fosse possível, passasse dele àquela hora.

E disse: Abba, Pai, todas as coisas te são possíveis, afasta de mim este cálice, não seja, porem, o que eu quero, mas o que tu queres.

Lucas 22.40-44: E, quando chegou aquele lugar, disse-lhes: Orai para que não entreis em tentação. E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra, e pondo-se de joelhos, orava dizendo: Pai, se queres passa de mim este cálice, todavia não se faça a minha vontade, mas a tua . E apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava.

E posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se grandes gotas de sangue, que corriam até o chão.

O sofrimento era intenso, muita crueldade, algo terrível, estando Cristo dependurado, com uma coroa de espinhos cravada na cabeça, havia mais de três horas naquela cruz, sendo humilhado, escarnecido, açoitado. Levava sobre si todas as nossas dores, e angústias, o pecado do mundo inteiro pesava sobre Ele. Em dado momento clamou ao Pai dizendo: Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes?

O Salmista Davi, divinamente inspirado, já profetizava o grande sofrimento do Messias. Vejamos:

Salmos 22.1-15: Deus meu, Deus, porque me desamparastes? Por que te alongas das minhas palavras do meu bramido e não me auxilias?Todos os que me vêem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo: Confiou no Senhor, que o livre, livre-o, pois nele tem prazer. Não te distancie de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude. A minha força se secou como um caco, e a minha língua se pega ao meu paladar, e me puseste no pó da morte.

Salmos 42.5: Porque estás abatida ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença.

Salmos 143.4: O meu espírito se angustia em mim, e o meu coração em mim está desolado.

E na carta aos Hebreus 5.7 a 9: Cristo, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.

I Pedro 2.20-22: Porque, que glória é essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos, e o sofreis, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano.

Carta aos Romanos 6.6-8: Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo, pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores. Apesar do sofrimento, em nenhum momento o Senhor Jesus Cristo recuou ou pensou em desistir, mas evidenciou o seu propósito com o Pai, pois sabia do grande gozo que lhe estava prometido.


A QUINTA PALAVRA - Evangelho de João 19.28: Disse Jesus: Tenho sede.

Evangelho de João 19. 28, 29 a palavra diz: Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca.


A PROFECIA DO SOFRIMENTO DO MESSIAS NO LIVRO DOS SALMOS

Salmos 69.3-21: Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem esperando o meu Deus. Aqueles que me aborrecem sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; aqueles que procuram destruir-me sendo injustamente meus inimigos, são poderosos; então, restituí o que não furtei. Tu, ó Deus, bem conheces a minha insipiência; e os meus pecados não te são encobertos. Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor.

Senhor dos Exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel. Porque por amor de ti tenho suportado afronta; a angustia cobriu o meu rosto. Tenho-me tornado como um estranho para com os meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe. Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim.

Chorei, e castiguei com jejum a minha alma, mas até isto se me tornou em afrontas. Pus, por veste, um pano de saco e me fiz um provérbio para eles. Aqueles que se assentam à porta falam contra mim; sou a canção dos bebedores de bebida forte.

Eu, porém, faço a minha oração a ti, SENHOR, num tempo aceitável; ó Deus, ouve-me segundo a grandeza da tua misericórdia, segundo a verdade da tua salvação. Tira-me do lamaçal e não me deixes atolar; seja eu livre dos que me aborrecem e das profundezas das águas. Não me leve à corrente das águas e não me sorva o abismo, nem o poço cerre a sua boca sobre mim.

Ouve-me, Senhor, pois boa é a tua misericórdia; olha para mim segundo a tua muitíssima piedade. E não escondas o teu rosto do teu servo, porque estou angustiado; ouve-me depressa.

Aproxima-te da minha alma, e resgata-a; livra-me por causa dos meus inimigos. Bem conheces a minha afronta, e a minha vergonha, e a minha confusão; diante de ti estão todos os meus adversários. Afrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo; esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei.

Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.

Salmos 42.2 - A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo, quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?

Salmos 143.6 - Estendo para ti as minhas mãos, a minha alma tem sede de ti, como a terra sedenta.

A SEXTA PALAVRA – Evangelho de João 19.30, disse Jesus: Está consumado.

João 17.4, disse Jesus: Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.

Está consumado. As profecias haviam-se cumpridas, o Cordeiro inocente, pela aspersão do seu sangue, havia aniquilado o pecado. Triunfou sobre a morte cravando-a na cruz (Colossenses 2.15). Sendo Ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem.

João 3.16: Jesus disse: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.

Romanos 5:8, 19, dis: Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Porque como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos.

João 4:34 - Disse Jesus: A minha comida, é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.

AS PROFECIAS DO SACRIFÍCIO E CONSUMAÇÃO DO MESSIAS

Isaias 53.4 a 8 - Verdadeiramente, Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.

Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. "Ele" foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.

Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.


A SÉTIMA PALAVRA – Evangelho de Lucas 23.46 "b": Disse Jesus: Pai, nas tuas mãos entrego o meu Espírito.

Mateus 27.50-52: E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o Espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras.

E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados. No momento em que Cristo rendeu o seu Espírito, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo, estávamos libertos da lei, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. (Romanos 3.24).

O CUMPRIMENTO DAS PROFECIAS

Salmos 22.14 - Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera e derreteu-se dentro de mim.

Isaias 53.9-12: E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.

O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si. Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas "Ele" levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercede.


O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELOS PELAS SUAS OVELHAS

João 10.11-15, disse Jesus: Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas.

Hebreus 2.14: E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo.

Hebreus 9.11-14, a palavra relata: Que Vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuro, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.

Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo.

Tito 2.13, 14: Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do Grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.

I Pedro 1.18, 19: Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.

Apocalipse 5.9: A palavra do Senhor diz: E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação.


Louvai ao Senhor!

Quinta-feira Santa - Celebração da Ceia do Senhor


Por: Padre Wagner Augusto Portugal

Leia as outras homilias

"A Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou." (Gl 6,14)

Meus queridos irmãos e irmãs

Iniciamos nesta Quinta-feira Santa o Tríduo Pascal. Inicia-se a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

Antes, porém, de entregar-se à morte, Ele se nos assegura até o fim dos tempos, instituindo a Sagrada Eucaristia, Mistério de Amor, um doce e ingente apelo à fraternidade, à comunhão, à concórdia e a paz. Jesus pereniza no tempo e na história a sua presença em nosso meio, presente pela transubstanciação do pão no Seu Corpo e do vinho em Seu Sangue. Lúcido e grandioso mistério da nossa fé.

E a libertação do povo é feita, simbolicamente, com o gesto significativo do Lava-pés: “Eu vos dou um novo mandamento, que vos amei uns aos outros, assim como Eu vos amei”, disse o Senhor.


Meus irmãos,

Celebramos hoje um adeus: uma despedida de alguém que vai para melhor, ou seja, que vai voltar para o Pai, mas, que ao mesmo tempo, deixa uma profunda nostalgia, uma contagiante saudade, sobretudo, por causa do modo como essa despedida será levada a efeito, na noite seguinte.

Por isso, a celebração de hoje, com seus paramentos brancos, é de alegria, de júbilo, entoando solenemente o canto do Glória, suprimido durante toda a Quaresma, com todos os sinos de nossas igrejas badalando para comemorar a instituição da Eucaristia e do Mandamento do Amor, amor sem limites e com grande intensidade. Alegria misturada com dor; alegria em tom menor, misturada com lágrimas, sendo considerada uma alegria inibida. É a única liturgia do ano em que se canta o Glória, sem que se cante o Aleluia.

Jesus vai percorrendo o seu caminho e todos os fiéis bem sabem que Jesus será preso, julgado, açoitado, humilhado e crucificado.



Irmãos e irmãs,

A primeira leitura (Ex 12,1-8.11-14) fornece o fundo histórico para situar a última Ceia como refeição e banquete pascal na vida de Jesus e nas raízes judaicas da liturgia cristã. Conta a instituição da refeição do cordeiro pascal no antigo judaísmo, com o sentido salvífico que Israel aí reconhece: a libertação da escravidão.

O Cântico de Meditação é um canto que os sacerdotes entoavam ao levantar o cálice da bênção, gesto retomado por Jesus na última Ceia. Por isso, no Evangelho (Jo 13,1-15), temos um grande mistério divino entregue a mãos humanas. Jesus, reunindo os apóstolos a fim de comer com eles a Ceia pascal, como faziam todas as famílias hebréias, para recordar a libertação do povo judeu da escravidão egípcia. A ceia seguia todo um ritual que prescrevia um cordeiro pascal, o que devia ser de um ano e sem nenhum defeito.
Jesus assumiu a presidência da refeição, como se fosse um pai de família, como de fato é o pai dos apóstolos e o pai da nossa fé, porque vencerá o pecado e anunciará a vida plena em Deus, o Senhor. Seu primeiro gesto foi levantar ao redor da mesa, pegar um manto, amarrar uma toalha, derramar um pouco de água num vaso e põe-se a lavar os pés de seus doze apóstolos. Depois do lava-pés Jesus voltou ao seu lugar pegou um pedaço de pão molhou-o no vinho e deu-o a Judas Iscariotes, dizendo: “O que tens a fazer, faze-o logo”. E Judas retirou-se rápido da sala, com os pés lavados, mas com Satanás no seu Corpo.
Após a retirada daquele que O trairia, Jesus anunciou que por pouco tempo os seus apóstolos ainda O teriam em seu meio, deixando-lhes, por isso, o maior de todos os mandamentos: “Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,33-35).


Depois, Jesus encheu a jarra de vinho e passou aos seus Apóstolos para que bebessem, não o vinho, mas seu sangue, o sangue que seria o elo, que seria o selo, a garantia da nova e eterna aliança entre Deus e a humanidade. Tomou, em seguida, um pedaço de pão e deu-o aos seus apóstolos para comer, porque já não era pão, mas seu corpo, era o pão da vida eterna, o pão da vida plena. E pediu que aquela celebração fosse repetida em sua memória. Estava, assim, inaugurada e perenizada na história da salvação a Eucaristia, como mandamento máximo da vida cristã, mandamento máximo da entrega de Deus pelos homens. Cada vez que comemos e bebemos o pão e o vinho transubstanciados no corpo e no sangue refazemos o memorial da nossa fé, “anunciando Senhor a Vossa Morte e Ressurreição”.

Uma admoestação ainda fez aos discípulos, para que repetissem aquele gesto em sua memória, comprometendo-se a nunca abandonar os seus discípulos, apesar de tudo o que iria acontecer. Tratava-se da glorificação de Jesus e da sua união com o Pai, pedindo a unidade de todos os discípulos.


Meus irmãos e minhas irmãs,

Nesta noite venturosa, Jesus se nos dá na Eucaristia, institui o sacerdócio ministerial, prega e determina o amor fraterno. Eis porque devemos celebrar a vida.

Mas a compaixão também toma conta de nossos íntimos. O Evangelho anuncia os momentos de dor, de sofrimento, de renúncia, de vontade, de solidão, porque Jesus vai passar no momento da sua Paixão e Morte. Todos nós somos convidados a sofrer com Jesus nesta noite da traição de Judas e de conseqüente entrega de Jesus aos sumos sacerdotes e ao poder romano, que ocupava Jerusalém e a terra dos judeus.
Enquanto Jesus rezava no monte das Oliveiras, foi surpreendido pelos soldados, amarrado com cordas e conduzido a julgamento. Abandonado pelos seus discípulos e seus amigos, renegado por Pedro por três vezes, Jesus teve a mesma sorte que os criminosos de então. Noite de maldade!

Por isso, tenhamos compaixão de Jesus, estejamos ao seu lado, caminhemos com Ele, vivendo as agruras que Jesus viveu nesta noite.

Vamos amar, neste ano em que a CNBB nos pede que comecemos a amar aqueles que vivem a insegurança do mundo hodierno, sem acesso a saúde pública. Somos prisioneiros em nossas casas, com alarmes, grades, portões, interfones, segurança eletrônica, etc. É preciso estabelecer a Justiça, combatendo a violência, o ódio, a opressão, as milícias, os traficantes, os que fazem da sociedade um modelo de reféns do mundo trancafiado. Devemos, sim, pedir a Jesus que todos nós tenhamos acesso à saúde e a um atendimento digno, condigno, rápido e honesto.

A solidão que abateu Jesus no horto é a solidão humana, é a solidão de todos que se sentem inseguros. Amar sem limites, amar sem recompensas, amar por amor, amar sem limites, amar com generosidade. É um amor que nos imbui de grande generosidade para poder participar, para poder viver, para poder celebrar a Eucaristia, supremo memorial do amor de Deus pela humanidade, ao se entregar e morrer pela salvação da humanidade.

Irmãos e irmãs,

Junto com a Eucaristia, Jesus institui naquela ceia bendita o sacramento da ordem. Assegurando-nos a sagrada Eucaristia, instituiu o sacerdócio ministerial, aqueles homens abnegados, escolhidos dentre o povo pecador e elevados à dignidade presbiteral, que renovam o sacramento incruento da Cruz, constantemente, celebrando o mistério da nossa fé, o memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Doce e grandioso presente de fé e de salvação. O próprio Cristo realmente presente em corpo, sangue, alma e divindade sob as espécies de pão e vinho, pelas mãos consagradas do sacerdote ministerial.
Elevemos, por isso, a Deus um TE DEUM LAUDAMUS pelo sacerdote ou pelos sacerdotes de nossas comunidades, estes homens de fé, homens da Eucaristia, condoreiros de Jesus que carregam nas suas mãos solícitas o pão da palavra e o pão da vida, a Eucaristia.

Meus irmãos

A velha disciplina latina dizia que hoje foi instituído o MANDATUM NOVUM, ou seja, o Mandamento Novo. Por isso, encerrando nossa reflexão, de joelhos voltemos para o Sacrário e cantemos com fé ardente e esperança convicta e, acima de tudo, pedindo ao mundo dilacerado pela guerra o mandamento do amor, que é paz:

“Tão sublime sacramento/ adoremos neste altar,/ pois do Antigo Testamento/deu ao Novo seu lugar./ Venha a fé por suplemento/ os sentidos completar. Ao Eterno Pai cantemos/, e a Jesus, o Salvador./ Ao Espírito exaltemos,/ na Trindade eterno amor./ Ao Deus Uno e Trino demos/ a alegria do louvor. Amém.”
Extraído do site  CATEQUESE CATÓLICA.

www.catequesecatolica.com.br


domingo, 24 de março de 2013

† Domingo de Ramos


O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus agitando seus ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória: "Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas".

Os ramos apresentados pelo povo nos remetem ao sacramento do batismo, por intermédio do qual nos tornamos filhos de Deus e responsáveis pela missão da nossa Igreja. E o ato de levarmos os ramos para casa nos lembra que estamos unidos a Cristo na luta pela salvação do mundo.


A Procissão de Ramos tem como objetivo apresentar a peregrinação que cada cristão realiza sobre a Terra buscando a vida eterna ao lado do Senhor. Esse ato nos faz relembrar que somos peregrinos neste mundo e que o céu é o lugar de onde viemos e para onde devemos voltar.


Por fim, a Santa Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Jesus: Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos nas mãos dos soldados na casa de Anãs, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do homem cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, o diálogo d'Ele com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.


O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o Seu Reino, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruí-la; perder a vida para ganhá-la.

Professor Felipe Aquino


A UTILIDADE DA PAIXÃO DE CRISTO COMO EXEMPLO
Domingo de Ramos

Como disse S. Agostinho: "A Paixão de Cristo é suficiente para ser modelo de toda a nossa vida". Quem quer que queira ser perfeito na vida, nada mais é necessário fazer senão desprezar o que Cristo desprezou na cruz, e desejar o que nela Ele desejou. Nenhum exemplo de virtude deixa de estar presente na cruz.

Se nelas buscas um exemplo de caridade, "ninguém tem maior caridade do que aquele que dá sua vida pelos amigos" (Jo 15, 13). Ora, foi o que Cristo fez na cruz. Por isso, já que Cristo entregou a sua vida por nós, não nos deve ser pesado suportar toda espécie de males por amor a Ele. "O que retribuirei ao Senhor, por todas as coisas que Ele me deu?" (Ps. 115, 12).


Se procuras na cruz um exemplo de paciência, nela encontrarás uma imensa paciência. A paciência manifesta-se extraordinária de dois modos: ou quando alguém suporta grandes males pacientemente, ou quando suporta aquilo que poderia ser evitado e não quis evitar. Cristo na cruz suportou grandes sofrimentos: "Ó vós todos que passais pelo caminho parai e vede se há dor igual à minha!" (Lm 1, 17), e os suportou pacientemente, "como a ovelha levada para o matadouro e como o cordeiro silencioso na tosquia" (1 Pd 2, 23). Cristo na cruz suportou também os males que poderia ter evitado, mas não os evitou: "Julgais que não posso rogar a meu Pai e que Ele logo não me envie mais que doze legiões de Anjos?" (Mt 26, 53). Realmente, a paciência de Cristo na cruz foi imensa! "Corramos com paciência para o combate que nos espera, com os olhos fitos em Jesus, o autor da nossa fé, que a levará ao termo: Ele que, lhe tendo sido oferecida a alegria, suportou a cruz sem levar em consideração a sua humilhação" (Heb 36, 17).


Se desejares ver na cruz um exemplo de humildade, basta-te olhar para o crucifixo. Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer: "A vossa causa, Senhor, foi julgada como a de um ímpio" (Jo 36, 17). Sim, de um ímpio, porque disseram: "Condenemo-lo a uma morte muito vergonhosa" (Sb 2, 20). O Senhor quis morrer pelo seu servo, e Aquele que dá a vida aos Anjos, pelo homem: "Fez-se obediente até à morte" (Fl 2, 8)

Se queres na cruz um exemplo de obediência, segue Àquele que se fez obediente ao pai, até à morte: "Assim como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores; também pela obediência de um só homem, muitos se tornaram justos" (Rm 5, 19).


Se na cruz estás procurando um exemplo de desprezo das coisas terrenas, segue Àquele que é o Rei e o Senhor dos Senhores no qual estão os tesouros da sabedoria, mas que na cruz aparece nu, ridicularizado, escarrado, flagelado, coroado de espinhos, na sede saciado com fel e vinagre e morto. Não deves te apegar às vestes e às riquezas, "porque dividiram entre si as minhas vestes" (Sl 29, 19); nem às honras, porque "Eu suportei as zombarias e os açoites"; nem às dignidades, porque "puseram em minha cabeça uma coroa de espinhos que trançaram"; nem às delícias, porque "na minha sede deram-me vinagre para beber" (Sl 68, 22)

 (P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)

Liturgia para meditação de hoje

†- Evangelho de Lucas 22, 14-23.56

(reflexão e oração no final do evangelho)


14 Quando chegou a hora, Jesus se pôs à mesa com os apóstolos. 15 E disse: «Desejei muito comer com vocês esta ceia pascal, antes de sofrer. 16 Pois eu lhes digo: nunca mais a comerei, até que ela se realize no Reino de Deus.» 17 Então Jesus pegou o cálice, agradeceu a Deus, e disse: «Tomem isto, e repartam entre vocês; 18 pois eu lhes digo que nunca mais beberei do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus.»


19 A seguir, Jesus tomou um pão, agradeceu a Deus, o partiu e distribuiu a eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim.» 20 Depois da ceia, Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova aliança do meu sangue, que é derramado por vocês.

21 Mas vejam: a mão do homem que me atraiçoa está se servindo comigo, nesta mesa. 22 Sim, o Filho do Homem vai morrer, conforme Deus determinou, mas ai daquele homem que o está traindo!» 23 Então os apóstolos começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer tal coisa.

24 Entre eles houve também uma discussão sobre qual deles deveria ser considerado o maior. 25 Jesus, porém, disse: «Os reis das nações têm poder sobre elas, e os que sobre elas exercem autoridade, são chamados benfeitores. 26 Mas entre vocês não deverá ser assim. Pelo contrário, o maior entre vocês seja como o mais novo; e quem governa, seja como aquele que serve. 27 Afinal, quem é o maior: aquele que está sentado à mesa, ou aquele que está servindo? Não é aquele que está sentado à mesa? Eu, porém, estou no meio de vocês como quem está servindo. 28 Vocês ficaram comigo em minhas provações. 29 Por isso, assim como o meu Pai confiou o Reino a mim, eu também confio o Reino a vocês. 30 E vocês hão de comer e beber à minha mesa no meu Reino, e sentar-se em tronos para julgar as doze tribos de Israel.»


31 «Simão, Simão! Olhe que Satanás pediu permissão para peneirar vocês como trigo. 32 Eu, porém, rezei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando tiver voltado para mim, fortaleça os seus irmãos.» 33 Mas Simão falou: «Senhor, contigo estou pronto para ir até mesmo para a prisão e para a morte!» 34 Jesus, porém, respondeu: «Pedro, eu lhe digo que hoje, antes que o galo cante, três vezes você negará que me conhece.»

35 Jesus perguntou aos apóstolos: «Quando eu enviei vocês sem bolsa, sem sacola, sem sandálias, faltou alguma coisa para vocês?» Eles responderam: «Nada.» 36 Jesus continuou: «Agora, porém, quem tiver bolsa, deve pegá-la, como também uma sacola; e quem não tiver espada, venda o manto para comprar uma. 37 Porque eu lhes declaro: é preciso que se cumpra em mim a palavra da Escritura: ‘Ele foi incluído entre os fora-da-lei’. E o que foi dito a meu respeito, vai realizar-se.» 38 Eles disseram: «Senhor, aqui estão duas espadas.» Jesus respondeu: «É o bastante!»



39 Jesus saiu e, como de costume, foi para o monte das Oliveiras. Os discípulos o acompanharam. 40 Chegando ao lugar, Jesus disse para eles: «Rezem para não caírem na tentação.» 41 Então, afastou-se uns trinta metros e, de joelhos, começou a rezar: 42 «Pai, se queres, afasta de mim este cálice. Contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua!» 43 Apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava. 44 Tomado de angústia, Jesus rezava com mais insistência. Seu suor se tornou como gotas de sangue, que caíam no chão. 45 Levantando-se da oração, Jesus foi para junto dos discípulos, e os encontrou dormindo, vencidos pela tristeza. 46 E perguntou-lhes: «Por que vocês estão dormindo? Levantem-se e rezem, para não caírem na tentação.»


47 Enquanto Jesus ainda falava, chegou uma multidão. Na frente vinha o chamado Judas, um dos Doze. Ele se aproximou de Jesus, e o saudou com um beijo. 48 Jesus disse: «Judas, com um beijo você trai o Filho do Homem?» 49 Vendo o que ia acontecer, os que estavam com Jesus disseram: «Senhor, vamos atacar com a espada?» 50 E um deles feriu o empregado do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. 51 Mas Jesus ordenou: «Parem com isso!» E tocando a orelha do homem, o curou. 52 Depois Jesus disse aos chefes dos sacerdotes, aos oficiais da guarda do Templo e aos anciãos, que tinham ido para prendê-lo: «Vocês saíram com espadas e paus, como se eu fosse um bandido? 53 Todos os dias eu estava com vocês no Templo, e nunca puseram a mão em mim. Mas esta é a hora de vocês e do poder das trevas.»


54 Eles prenderam e levaram Jesus, e o conduziram à casa do sumo sacerdote. Pedro seguia Jesus de longe. 55 Acenderam uma fogueira no meio do pátio, e sentaram-se ao redor. Pedro sentou-se no meio deles. 56 Ora, uma criada viu Pedro sentado perto do fogo. Encarou-o bem, e disse: «Este aqui também estava com Jesus!» 57 Mas Pedro negou: «Mulher, eu nem o conheço.» 58 Pouco depois, outro viu Pedro, e disse: «Você também é um deles.» Mas Pedro respondeu: «Homem, não sou, não.» 59 Passou mais ou menos uma hora, e outro insistia: «De fato este aqui também estava com Jesus, porque é galileu.» 60 Mas Pedro respondeu: «Homem, não sei do que você está falando!» Nesse momento, enquanto Pedro ainda falava, um galo cantou. 61 Então o Senhor se voltou, e olhou para Pedro. E Pedro se lembrou de que o Senhor lhe havia dito: «Hoje, antes que o galo cante, você me negará três vezes.» 62 Então Pedro saiu para fora, e chorou amargamente. 63 Os guardas caçoavam de Jesus e o espancavam. 64 Cobriam-lhe o rosto, e diziam: «Faze uma profecia! Quem foi que te bateu?» 65 E o insultavam de muitos outros modos.


66 Ao amanhecer, os anciãos do povo, os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei se reuniram em conselho, e levaram Jesus para o Sinédrio. 67 E começaram: «Se tu és o Messias, dize-nos!» Jesus respondeu: «Se eu disser, vocês não acreditarão, 68 e, se eu lhes fizer perguntas, não me responderão. 69 Mas de agora em diante, o Filho do Homem estará sentado à direita do Deus Todo-poderoso.» 70 Então todos perguntaram: «Tu és, portanto, o Filho de Deus?» Jesus respondeu: «Vocês estão dizendo que eu sou.» 71 Eles disseram: «Que necessidade temos ainda de testemunho? Nós mesmos ouvimos de sua própria boca!»


23 1 Em seguida, toda a assembleia se levantou, e levaram Jesus a Pilatos. 2 Começaram a acusação, dizendo: «Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar tributo ao imperador, e afirmando ser ele mesmo o Messias, o Rei.» 3 Pilatos interrogou a Jesus: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus respondeu, declarando: «É você quem está dizendo isso!» 4 Então Pilatos disse aos chefes dos sacerdotes e à multidão: «Não encontro nesse homem nenhum motivo de condenação.» 5 Eles, porém, insistiam: «Ele está provocando revolta entre o povo, com seu ensinamento. Começou na Galileia, passou por toda a Judéia, e agora chegou aqui.»


6 Quando ouviu isso, Pilatos perguntou se Jesus era galileu. 7 Ao saber que Jesus estava sob a jurisdição de Herodes, Pilatos o mandou a este, pois também Herodes estava em Jerusalém nesses dias. 8 Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois já ouvira falar a respeito dele, e há muito tempo desejava vê-lo. Esperava ver Jesus fazendo algum milagre. 9 Herodes o interrogou com muitas perguntas. Jesus, porém, não respondeu nada.

10 Entretanto, os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei estavam presentes, e faziam violentas acusações contra Jesus. 11 Herodes e seus soldados trataram Jesus com desprezo, caçoaram dele, e o vestiram com uma roupa brilhante. E o mandaram de volta a Pilatos. 12 Nesse dia, Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois antes eram inimigos.


13 Então Pilatos convocou os chefes dos sacerdotes, os chefes e o povo, e lhes disse: 14 «Vocês trouxeram este homem como se fosse um agitador do povo. Pois bem! Eu já o interroguei diante de vocês, e não encontrei nele nenhum dos crimes de que vocês o estão acusando. 15 Herodes também não encontrou, pois mandou Jesus de volta para nós. Como podem ver, ele não fez nada para merecer a morte. 16 Portanto, vou castigá-lo, e depois o soltarei.» 


17 Ora, em cada festa de Páscoa, Pilatos devia soltar um prisioneiro para eles. 18 Toda a multidão começou a gritar: «Mate esse homem! Solte-nos Barrabás!» 19 Barrabás tinha sido preso por causa de uma revolta na cidade, e por homicídio. 20 Pilatos queria libertar Jesus, e falou outra vez à multidão. 21 Mas eles gritavam: «Crucifique! Crucifique!» 22 E Pilatos falou pela terceira vez: «Mas que mal fez esse homem? Não encontrei nele nenhum crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo, e depois o soltarei.» 23 Mas eles continuaram a gritar com toda a força, pedindo que Jesus fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava cada vez mais. 24 Então Pilatos pronunciou a sentença: que fosse feito o que eles pediam. 25 Soltou o homem que eles queriam, aquele que tinha sido preso por revolta e homicídio, e entregou Jesus à vontade deles.


26 Enquanto levavam Jesus para ser crucificado, pegaram certo Simão, da cidade de Cirene, que voltava do campo, e o forçaram a carregar a cruz atrás de Jesus. 27 Uma grande multidão do povo o seguia. E mulheres batiam no peito, e choravam por Jesus. 28 Jesus, porém, voltou-se, e disse: «Mulheres de Jerusalém, não chorem por mim! Chorem por vocês mesmas e por seus filhos! 29 Porque dias virão, em que se dirá: ‘Felizes das mulheres que nunca tiveram filhos, dos ventres que nunca deram à luz e dos seios que nunca amamentaram.’ 30 Então começarão a pedir às montanhas: ‘Caiam em cima de nós!’ E às colinas: ‘Escondam-nos!’ 31 Porque, se assim fazem com a árvore verde, o que não farão com a árvore seca?» 32 Levavam também outros dois criminosos, junto com ele, para serem mortos.


33 Quando chegaram ao chamado «lugar da Caveira», aí crucificaram Jesus e os criminosos, um à sua direita e outro à sua esquerda. 34 E Jesus dizia: «Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que estão fazendo!» Depois repartiram a roupa de Jesus, fazendo sorteio. 35 O povo permanecia aí, olhando. Os chefes, porém, zombavam de Jesus, dizendo: «A outros ele salvou. Que salve a si mesmo, se é de fato o Messias de Deus, o Escolhido!» 36 Os soldados também caçoavam dele. Aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37 e diziam: «Se tu és o rei dos judeus, salva a ti mesmo!» 38 Acima dele havia um letreiro: «Este é o Rei dos judeus.»


39 Um dos criminosos crucificados o insultava, dizendo: «Não és tu o Messias? Salva a ti mesmo e a nós também!» 40 Mas o outro o repreendeu, dizendo: «Nem você teme a Deus, sofrendo a mesma condenação? 41 Para nós é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal.» 42 E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando vieres em teu Reino.» 43 Jesus respondeu: «Eu lhe garanto: hoje mesmo você estará comigo no Paraíso.»


A morte do justo - 44 Já era mais ou menos meio-dia, e uma escuridão cobriu toda a região até às três horas da tarde, 45 pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio. 46 Então Jesus deu um forte grito: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.» Dizendo isso, expirou. 47 O oficial do exército viu o que tinha acontecido, e glorificou a Deus, dizendo: «De fato! Esse homem era justo!» 48 E todas as multidões que estavam aí, e que tinham vindo para assistir, viram o que havia acontecido, e voltaram para casa, batendo no peito. 49 Todos os conhecidos de Jesus, assim como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, ficaram à distância, olhando essas coisas.


50 Havia um homem bom e justo, chamado José. Era membro do Conselho, 51 mas não tinha aprovado a decisão, nem a ação dos outros membros. Ele era de Arimateia, cidade da Judéia, e esperava a vinda do reino de Deus. 52 José foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus. 53 Desceu o corpo da cruz, o enrolou num lençol, e o colocou num túmulo escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido sepultado. 54 Era o dia da preparação da Páscoa, e o sábado já estava começando. 55 As mulheres, que tinham ido com Jesus desde a Galileia, foram com José para ver o túmulo, e como o corpo de Jesus tinha sido colocado. 56 Depois voltaram para casa, e prepararam perfumes e bálsamos. E, no sábado, elas descansaram, conforme ordenava a Lei.



Reflexão

Sendo aqui impossível fazer a análise exegética de todo o relato da paixão, que está substancialmente de acordo com o dos outros evangelistas, nos limitaremos a apontar uma particularidade desse relato, que nos permita compreender uma das mensagens religiosas que São Lucas quis transmitir.

Lucas sublinha o comportamento majestoso e régio de Jesus até mesmo quando Ele está erguido na cruz. O evangelista expressa a real majestade de Jesus sobretudo através das palavras deste.

A primeira frase é aquela com que Jesus invoca o perdão para todos aqueles que o rejeitaram e o conduziram à cruz, porque "não sabem o que fazem" (23,34). A segunda é a resposta ao ladrão crucificado com Ele, que se penitencia no último momento, e lhe confia: "Em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo no Paraiso" (23,42). A terceira é aquela com que Jesus expressa, dando "um forte grito", o seu total abandono ao Pai: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito". Parece que Lucas quis dar às palavras pronunciadas por Jesus, o significado definitivo dessa crucificação e de todo o seu evangelho.

Nas palavras com que Jesus reza para que o Pai perdoe, Lucas afirma que todos os que que o rejeitaram e condenaram são responsáveis por uma verdadeira culpa, que necessita do perdão divino, mas ao mesmo tempo afirma que tal culpa não coincide com um julgamento de condenação definitiva. Além disso, a oração de Jesus em prol de seus inimigos manifesta o amor de Deus para com os pecadores e apresenta ao mesmo tempo, concretamente, um modelo de comportamento para todos os cristãos.

As palavras com que Jesus responde ao ladrão convertido contêm uma mensagem que corrige a expectativa judaica do Messias. A resposta de Jesus reconhece como possível a conversão e a salvação. Elas não são eventos do futuro, mas começam hoje. A última frase que Lucas atribui a Jesus na cruz carimba a sua apresentação do redentor que sofre e morre sem nunca diminuir ou ofuscar a sua majestade.

Desse modo, Jesus é apresentado como o supremo modelo do justo, aquele que os homens maltratam e ofendem, mas que experimenta sempre a proteção divina. 

Oração

Senhor Jesus, ao vos ver nessa agonia de medo e impotência, não posso deixar de vos amar e de acreditar em vós. Só um Deus poderia amar-me tanto, e só um Homem poderia, para me libertar, experimentar como é ser fraco, apavorado e medroso diante da morte. Assim não vos preciso explicar meus sentimentos e minhas lutas. Sei que estais do meu lado para me entender e tendes todo o poder para me transformar. Não peço que me liberteis do medo do sofrimento e da morte, mas que estejais junto de mim para me ajudar a chegar até o fim na fidelidade e na confiança. Aceito, Senhor, as dificuldades da vida, trabalhos e desilusões. Não sei como será minha morte, se repentina, ou longamente trabalhada. Não importa, porque sei que estais comigo. Amém.

Fonte: Revista o Mílite (março/2013) [1]
           Revista de Aparecida (março/2013) [2]