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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Corpus Christi


Existe no decorrer do ano, diversas datas que são definidas como feriado, seja, municipal, estadual ou nacional. Geralmente, um feriado sempre é bem vindo; para muitos sinônimo de folga no trabalho e diversão. Mas, há uma questão muito séria que encontra-se por trás de alguns destes feriados, são "dias santos", por conseqüência consagrado há alguma entidade venerada por multidões; estes feriados é uma forma de devotar louvor ou veneração a  personagens declarados como "santos" (1Co 10.19,20).


Irmãos queridos somos chamados a uma vida santa (separada) e compromissados com as verdades de Deus que estão expressas de forma clara na Bíblia; o Espírito Santo move e faz-nos ver que é incompatível com a fé verdadeira participar destas consagrações  tradicionais  em algumas cidades. E, na condição de separados que somos, é sábio declararmos  diante das trevas que anulamos em nome de Jesus Cristo,  todo poder e autoridade constituída pelos homens às forças espirituais contra nossas vidas. O passo seguinte é procurarmos viver um dia, de muita vigilância e consagração ao Senhor (Mt 26.41), para que não sejamos atingidos pelo inimigo.


Corpus Christi é uma festa ao Corpo de Cristo. É uma data adotada na Igreja Católica, para comemorar a presença real de Jesus Cristo no sacramento da Eucaristia, pela mudança da substância do pão e do vinho na de seu corpo e de seu sangue (O Catolicismo declara que a hóstia, torna-se literalmente em Carne e Sangue do Senhor Jesus).

A seguir, veja como iniciou-se esta comemoração:

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XII. A Igreja sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. Esta necessidade se aliava ao desejo do homem medieval de "contemplar" as coisas. Surgiu nesta época o costume de elevar a hóstia depois da consagração. Disseminava-se uma controvertida piedade eucarística, chegando ao ponto das pessoas irem à igreja mais "verem" a hóstia do que para participarem efetivamente da eucaristia


A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico.


Juliana nasceu em Liège em 1192 e participava da paróquia Saint Martin. Com 14 anos, em 1206, entrou para o convento das agostinianas em Mont Cornillon, na periferia de Liège. Com 17 anos, em 1209, começou a ter ‘visões’,

(que retratavam um disco lunar dentro do qual havia uma parte escura. Isto foi interpretado como sendo uma ausência de uma festa eucarística no calendário litúrgico  para agradecer o sacramento da Eucaristia). Com 38 anos, em 1230, confidenciou esse segredo ao arcediago de Liège, que 31 anos depois, por três anos, será o Papa Urbano IV (1261-1264), e tornará mundial a Festa de Corpus Christi, pouco antes de morrer.


A ‘Fête Dieu’ começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, com autorização do arcediago para procissão eucarística só dentro da igreja, a fim de proclamar a gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia. Em 1247, aconteceu a 1ª procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica.

A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII.


O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada antes de 1270.

O ofício divino, seus hinos, a seqüência ‘Lauda Sion Salvatorem’ são de Santo Tomás de Aquino (1223-1274), que estudou em Colônia com Santo Alberto Magno. Corpus Christi tomou seu caráter universal definitivo, 50 anos depois de Urbano IV, a partir do século XIV, quando o Papa Clemente V, em 1313, confirmou a Bula de Urbano IV nas Constituições Clementinas do Corpus Júris, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. Em 1317, o Papa João XXII publicou esse Corpus Júris com o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.


O Concílio de Trento (1545-1563), por causa dos protestantes, da Reforma de Lutero, dos que negavam a presença real de Cristo na Eucaristia, fortaleceu o decreto da instituição da Festa de Corpus Christi, obrigando o clero a realizar a Procissão Eucarística pelas ruas da cidade, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia.

Em 1983, o novo Código de Direito Canônico – cânon 944 – mantém a obrigação de se manifestar ‘o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia’ e ‘onde for possível, haja procissão pelas vias públicas’, mas os bispos escolham a melhor maneira de fazer isso, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação.

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse :‘Este é o meu corpo...isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim’. Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo depois de Pentecostes.

Os dados históricos foram colhidos em sites Católicos, facilmente encontráveis na rede.
                                                             
 Elias R. de Oliveira

domingo, 26 de maio de 2013

A Santíssima Trindade


A Santíssima Trindade é um mistério de um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.



Pai que é Deus, que é Amor: somente o Pai que ama respeita a liberdade de seu filho.

Filho que é Jesus Cristo: é o Deus visível que se fez homem, nascendo da Virgem Maria para cumprir a vontade de Deus de libertar os homens do pecado.
Jesus é Deus e as principais provas são:
a) O próprio Jesus diz-se Deus (Jo 10, 30 / 14, 7 e Lc 22, 67-70) .
b) Os milagres eram feitos pelo próprio Jesus, e não por meio de Jesus.



Espírito Santo que é o Amor do Pai e do Filho que nos é comunicado e transmitido. Segundo o CREDO, Jesus foi concebido pelo Poder do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria. Maria foi então convidada a conceber Jesus e a concepção de Jesus foi obra do poder do Divino Espírito Santo: "O Espírito virá sobre Ti..." A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à do Filho, ou seja, toda a vida de Jesus manifesta a vontade do Pai que por sua vez é manifestada pelo Espírito Santo.


Um fato dos Evangelhos é que os Apóstolos estavam com muito medo após a morte de Jesus. Foi à descida do Espírito Santo sobre eles que os transformou radicalmente e deu coragem para que saíssem anunciando o Evangelho. O mesmo Espírito Santo que deu forças aos apóstolos e mártires é recebido no sacramento da Crisma, e aí está a importância deste sacramento no fortalecimento da Fé e na profissão do Cristianismo de cada um.

O Dogma da Santíssima Trindade

A Trindade é Una; não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas. Cada uma das três Pessoas é a substância, a essência ou a natureza divina, As pessoas divinas são distintas entre si pela sua relação de origem: o Pai gera; o Filho é gerado; o Espírito Santo é quem procede. Ou seja, ao Pai atribui-se a criação ao Filho atribui-se a Redenção e ao Espírito Santo atribui-se a Santificação.


Resumindo, o mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus pode nos dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo.

Pela graça do Batismo "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aqui na Terra na obscuridade de nossa fé e para além da morte, na luz eterna. Pela Confirmação ou Crisma, como o próprio nome diz, somos chamados a confirmar essa fé ora recebida para que, além de vivermos segundo a Palavra de Deus, darmos testemunho dela e levá-la por toda à parte.

FONTE: www.catequisar.com.br.

domingo, 19 de maio de 2013

Pentecostes



Nas suas origens, o Pentecostes era uma festa agrícola judaica em que se ofereciam a Deus os melhores feixes da colheita. Era uma festa não só de alegria e de encontro das famílias, como também de partilha com os mais necessitados.

Era celebrada sete semanas (cinqüenta dias) depois da Páscoa, encerrando as solenidades pascais. Por isso, também se chamava Festa das Semanas.
A partir das reformas de Esdras e Neemias, em meados do século V a.c., a Festa de Pentecostes passou a celebrar o Dom da Lei no Sinai, a festa da Aliança entre Deus e o povo.

Com base nas tradições e nos costumes judaicos a respeito de Pentecostes, Lucas construiu sua narrativa para falar de um novo Pentecostes: a presença do Espírito Santo guiando a missão dos evangelizadores no anúncio da Palavra de Deus.
Assim, cinqüenta dias após a Páscoa, a Festa de Pentecostes celebra o dom do Espírito Santo enviado por Deus à Igreja.


A promessa de Jesus aos seus discípulos se realiza: "Mas recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra" (At 1,8).

Jerusalém é o lugar onde termina o "tempo de Jesus" e começa o "tempo da Igreja". Os "atos" de Jesus começam na Galiléia e terminam em Jerusalém. Os "atos" dos apóstolos começam em Jerusalém e vão até os confins do mundo.


Portanto, Jerusalém é ponto de chegada e ponto de partida. É o lugar da manifestação do Espírito Santo de Deus, que encoraja os apóstolos para a missão.
No dia de Pentecostes, os discípulos estavam reunidos em Jerusalém. Depois dos acontecimentos da Páscoa, ficaram cheios de medo. Viviam juntos, desligados do mundo, mas eis que o Espírito Santo, dom de Deus, veio sobre eles.


Assim, aquele grupo de homens e mulheres amedrontados adquiriu a consciência de ser uma comunidade, uma Igreja, isto é, o corpo místico de Cristo. Todos sentiram que Jesus estava entre eles, mais ainda do que antes, porque, na realidade, Jesus não mais estava com eles, estava neles.



Então a Igreja se manifestou publicamente e começou a difundir o Evangelho mediante a pregação.

Nos dias que antecedem Pentecostes, a oração é o melhor caminho para se entrar em intimidade com o Espírito Santo e cultivar sua amizade. Se nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, nossa oração será espontânea, contínua e brotará como uma fonte de água fresca que jorra da rocha.

Ao invocarmos o Espírito de Amor, enchemos a alma de alegria plena e inundamos o coração de paz inalterável.

Crer no Espírito Santo, entretanto, não é só crer na existência de uma terceira pessoa na Trindade, mas crer também na sua presença entre nós, em nosso próprio coração.

Crer no Espírito Santo significa bendizê-lo, adorá-lo e glorificá-lo em nós mesmos e no outro.




Dia de Pentecostes

Pentecostes, do grego, pentekosté, é o qüinquagésimo dia após a Páscoa. Comemora-se o envio do Espírito Santo à Igreja. A partir da Ascensão de Cristo, os discípulos e a comunidade não tinham mais a presença física do Mestre.

Em cumprimento à promessa de Jesus, o Espírito foi enviado sobre os apóstolos. Dessa forma, Cristo continua presente na Igreja, que é continuadora da sua missão.
A origem do Pentecostes vem do Antigo Testamento, uma celebração da colheita (Êxodo 23, 14), dia de alegria e ação de graças, portanto, uma festa agrária.



Nesta, o povo oferecia a Deus os primeiros frutos que a terra tinha produzido. Mais tarde, tornou-se também a festa da renovação da Aliança do Sinai (Ex 19, 1-16).
No Novo Testamento, o Pentecostes está relatado no livro dos Atos dos Apóstolos 2, 1-13. Como era costume, os discípulos, juntamente com Maria, mãe de Jesus, estavam reunidos para a celebração do Pentecostes judaico.

De acordo com o relato, durante a celebração, ouviu-se um ruído, "como se soprasse um vento impetuoso". "Línguas de fogo" pousaram sobre os apóstolos e todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em diversas línguas.

Pentecostes é a coroação da Páscoa de Cristo. Nele, acontece a plenificação da Páscoa, pois a vinda do Espírito sobre os discípulos manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração, na vida e na missão dos discípulos.


Podemos notar a importância de Pentecostes nas palavras do Patriarca Atenágoras (1948-1972): "Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o evangelho uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos".

O Espírito traz presente o Ressuscitado à sua Igreja e lhe garante a vida e a eficácia da missão.
Dada sua importância, a celebração do Domingo de Pentecostes inicia-se com uma vigília, no sábado. É a preparação para a vinda do Espírito Santo, que comunica seus dons à Igreja nascente.
O Pentecostes é, portanto, a celebração da efusão do Espírito Santo. Os sinais externos, descritos no livro dos Atos dos Apóstolos, são uma confirmação da descida do Espírito: ruídos vindos do céu, vento forte e chamas de fogo.

Para os cristãos, o Pentecostes marca o nascimento da Igreja e sua vocação para a missão universal.


Domingo, 19 de Maio de 2013
Solenidade de Pentecostes
LITURGIA.

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.
Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.
E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Nossa Senhora de Fátima, Rainha Santíssima da Paz.


Em plena primeira guerra mundial, três “pastorinhos” portugueses, - Lúcia, de 10 anos de idade, Francisco, de 9 anos e Jacinta, de 7 anos, - presenciaram uma aparição que se tornaria uma das mais veneradas devoções a Nossa Senhora no mundo inteiro.

A impressionante história das aparições da Virgem Maria aos três pequenos pastores na Aldeia de Leiria, região de Fátima, Portugal, espalhou rapidamente a sua devoção. Primeiro, houveram três aparições de um anjo, que se identificou como o Anjo da Paz e preparou as crianças para as grandes revelações que receberiam e das quais seriam portadoras para todo o mundo.


No dia 13 de maio de 1917, um dia claro, as três crianças estavam pastoreando nas colinas, quando, sobre uma azinheira, que é uma arvorezinha, surgiu um clarão após um relâmpago, e as crianças viram a impressionante figura de uma senhora, que descreveram da seguinte maneira: “Uma senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol, reluzindo mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios de sol mais ardente!”.

Essa misteriosa senhora então dirigiu-se às crianças e lhes disse: “Eu venho do Céu; e os convido a estar comigo aqui, durante seis meses seguidos, sempre no dia 13, à mesma hora. Então eu lhes direi quem sou e o que quero”. Depois desse dia, as aparições continuaram, conforme prometido, e a senhora identificou-se como a Santíssima Virgem Maria, tendo aparecido depois ao lado de São José e também do Menino Jesus. Ela sempre pedia que se rezasse pela paz e pela conversão dos pecadores, e que se rezasse o terço diariamente.


Com o passar dos dias, a notícia correu e o povo começou a procurar o local das aparições. Muitas pessoas testemunharam ter visto a aparição de uma nuvem branca sobre a azinheira, enquanto as crianças rezavam o terço, e Lúcia conversava em voz alta. A Virgem voltou muitas vezes e revelou muitas coisas, inclusive terríveis situações e calamidades que poderiam acontecer se o povo não se convertesse e rezasse. Essas profecias realmente se concretizaram, entre as quais, a desintegração do comunismo e a decadência moral de nossa época.

Em 13 de outubro, uma multidão de 70 mil pessoas, que lotava a Cova da Iria, o local das aparições, testemunhou o grandioso milagre do sol a “bailar”, no dizer dos camponeses, entre chamas multicores, como se fosse despencar do Firmamento. Entre as testemunhas, inúmeros doutores, policiais e conceituados jornalistas da época. Foi registrado que as roupas da multidão, molhadas pela forte chuva que caíra antes, ficaram instantaneamente secas após o maravilhoso fenômeno. A espantosa notícia figurou nos principais jornais da época e causou grande alvoroço. Nesse dia, segundo disseram os videntes, Maria se mostrou muito triste, e ao lado dela surgiu Jesus adulto, olhando com uma expressão de piedade para a multidão; então ergueu sua mão para abençoá-la.


Por fim, Nossa Senhora deixou sua mensagem ao mundo: “Rezem o terço todos os dias; rezem muito e façam sacrifícios pelos pobres pecadores (...); abandonem o pecado de suas próprias vidas e procurem eliminá-lo da vida dos outros, colaborando com a Redenção do Salvador”. Em 1946, a imagem de Nossa Senhora de Fátima foi coroada diante de uma multidão de 800.000 pessoas! O nome Fátima tornou-se praticamente sinônimo de Maria em muitos lugares, inclusive no Brasil. O Santuário de Fátima, em Portugal, juntamente com o de Lourdes, é um dos locais de peregrinação mais concorridos da face da terra, depois da Terra Santa. Em Fátima continuam acontecendo milagres, especialmente de cura, com a mesma intensidade do tempo de Lúcia, Jacinto e Francisco.


As profundas orações ensinadas pelo Anjo da Paz aos três pequenos pastores de Fátima é considerada por muitos psicólogos, como o famoso especialista Benedict Groeschel, a maior prova da autenticidade das aparições, maior até que os próprios milagres, pois como três crianças incultas poderiam compor versos tão profundos e carregados de sentido teológico?


Oração ensinada pelo Anjo da Paz em Fátima:

“Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito santo, eu Vos adoro profundamente e Vos ofereço o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido; e pelos merecimentos infinitos do seu Santíssimo Coração e pela intercessão do Imaculado Coração de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores. Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão por aqueles que não creem, não adoram, não, não esperam e não Vos amam. Amém!”

Vinde em nosso auxílio, Mãe dos Aflitos, com vosso amor e piedade! Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

Fontes e bibliografia:

SULLIVAN, Randall. Detetive de Milagres, São Paulo: Objetiva, 2005.

BÖING, Mafalda Pereira. Fátima, um apelo materno – 3ª ed., São Paulo: Loyola, 2004.
GROESCHEL, Benedict. A Still Small Voice, San Francisco: Ignatius Press, 1993.

FONTE: vozdaigreja.blogspot.com

VIDEOTECA: ASSISTA O FILME "O MILAGRE DE FÁTIMA" (A VIRGEM DE FÁTIMA), UMA PRODUÇÃO AMERICANA DE 1952, RODADA EM FÁTIMA, LOCAL DO EVENTO DA APARIÇÃO DA SANTA MÃE DO SENHOR, ATRAVÉS DO ABENÇOADO BLOG GLORIA TV. 




domingo, 12 de maio de 2013

Ascensão do Senhor, por Dom Orani.


"Então, os que estavam reunidos perguntaram a Jesus: 'Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel'? Jesus respondeu: Não cabe a vocês saber o tempo e as datas que o Pai reservou à sua própria autoridade. Mas o Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão forças para serem minhas testemunhas em Jerusalém, na Judéia e em toda a Samaria, e até os extremos da Terra. Depois de dizer isto, Jesus foi elevado ao céu à vista deles. E quando uma nuvem o cobriu, eles não puderam vê-lo mais. Os apóstolos continuavam a olhar para o céu, enquanto Jesus ia embora. Mas, de repente, dois homens vestidos de branco apareceram a eles e lhes disseram: Homens da Galiléia, por que vocês estão aí, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que foi tirado de vocês e levado para o céu virá do mesmo modo com que vocês o viram partir para o céu".


No próximo domingo, a Igreja celebra a festa da Ascensão do Senhor. Palavra que quer significar a subida, a elevação de Cristo aos céus. Diante dos olhos de seus discípulos Jesus ergue aos céus. Momento em que Ele revela mais uma vez a sua condição Divina e a sua entrada triunfante no Reino do Pai.

Em sua homília na Festa da Ascensão em 2009, o Papa Bento XVI afirmou que “Na Ascensão de Cristo ao Céu, o ser humano entra numa nova intimidade com Deus, sem precedentes. O homem encontra agora, e para sempre, espaço em Deus. O 'Céu' não é um lugar sobre as estrelas, mais uma coisa muito mais ousada e sublime: é o próprio Cristo, a Pessoa Divina que acolhe plenamente e para sempre a humanidade, Aquele no qual Deus e o homem estão inseparavelmente unidos para sempre".

É, pois, a Festa da Ascensão, também o sinal da elevação do ser humano a Deus. Primeiro Cristo e, depois dele, todos os que no seu Nome, vida e sangue foram reconciliados com Deus. É uma prefiguração de toda ação escatológica, para a qual tende a vida da Igreja: "Somos cidadãos do céu". E como nos afirma Paulo em seus escritos "Se com Cristo morremos, também com Ele viveremos" (cf. Rm 6,8).


A Festa da Ascensão relembra, ainda, a cada cristão, que suas cabeças devem estar erguidas diante das dificuldades da vida, recordando a vitória final, após o sofrimento, ao mesmo tempo em que ensina e envia para a vida. Os discípulos olhavam para o céu, enquanto Jesus subia (mística do reconhecimento do senhorio divino de Nosso Senhor), mas tão logo são enviados ao mundo para a vida que continua, com a esperança escatológica de sua volta gloriosa, tal qual Ele havia subido. A vida continua, a presença do Ressuscitado é uma presença espiritual que renova a esperança e reacende a chama da fé e do amor. É o encontro da humanidade com a divindade de Cristo. É a união do céu e da Terra! Tudo o que Pedro, chefe dos apóstolos, ligar na Terra será ligado no céu. Tudo que se desligar na Terra será desligado no céu (cf. Mt 16, 16ss). É o encontro do tempo e da eternidade; do passageiro e do eterno.


A ascensão se liga ao pastoreio de Jesus, bom pastor, único e eterno sacerdote, que deseja reconduzir suas ovelhas ao aprisco e devolver-lhe a dignidade manchada e ferida pelo pecado. Ela não trata de uma ausência de Jesus na história humana, mas uma prefiguração de nossa história mergulhada na eternidade que não se acaba, indicando-nos a direção à qual tendemos. A Igreja não se funda na ausência de seu Senhor, mas na certeza de sua presença à direita do Pai, soberano e senhor do tempo, da história e da eternidade; na certeza de sua presença sempre constante e operante pela presença do Espírito Santo, o Paráclito, o Espírito da verdade que Ele envia sobre os discípulos reunidos no cenáculo.

A ascensão, diz o papa, "relembra a transcendência da Igreja", enquanto ela constrói e trabalha pelo Reino de Deus, na vida e na história, ela marcha rumo ao seu destino definitivo na eternidade, que é Cristo mesmo. O Céu, mais que um lugar, é o próprio Cristo, com o Pai e o Espírito Santo. Jesus sobe, envia os seus discípulos a pregarem o Evangelho e faz descer o seu Espírito, garantindo a sua presença constante na história, e nunca a sua ausência. Ele é presença que não se desfaz.


Nossas comunidades devem ser inflamadas nessa realidade: o Senhor e Cristo, ressuscitado, subiu aos céus, está à direita do Pai, mas não nos deixou órfãos; enviou seu santo Espírito para ser consolador e incentivador de nossa missão de continuar, na história, a construir o Reino que não tem fim.

É nessa esperança que vive a Igreja de Cristo, com Maria e toda a nuvem dos escolhidos e santificados no sangue do Senhor, clamando, ação magnífica do Espírito do Senhor, a volta definitiva e gloriosa de seu Senhor e Cristo. "O Espírito e a esposa dizem: Vem, Senhor Jesus!" e, aquele que ouve diga também: Vem, Senhor Jesus, Maranathá!



† Orani João Tempesta, O. Cist.
  Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


SANTA LITURGIA

Domingo, 12 de Maio de 2013
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
“Assim está escrito”: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.

Vós sereis testemunhas de tudo isso. Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”.
Então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu. Eles o adoraram.
Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus.

PALAVRA DA SALVAÇÃO
Glória a Vós, Senhor!

domingo, 5 de maio de 2013

Nhá Chica:Nossa Igreja anuncia primeira beata negra do Brasil




Solenidade foi realizada em Baependi, município mineiro que fica a quatrocentos quilômetros


Filha e neta de escravos, a beata era analfabeta

A Igreja Católica anunciou neste sábado (4) a beatificação de Francisca Paula de Jesus, a Nhá Chica. Ela é a primeira negra a ser declarada beata no Brasil. A solenidade foi realizada em Baependi, município mineiro que fica a quatrocentos quilômetros de Belo Horizonte. A missa de consagração foi rezada no Santuário Nossa Senhora da Conceição, onde estão os restos mortais de Nhá Chica, e contou com a presença de autoridades do Vaticano, o governador de Minas, Antonio Anastasia e o secretário-geral da presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, que representou a presidenta Dilma. O decreto de beatificação foi assinado pelo papa Bento XVI em junho de 2012. Em 2011, o Vaticano aprovou o registro de um milagre atribuído à beata.


A comissão de beatificação de Nhá Chica começou os trabalhos em 1989. Em 1991, o Vaticano deu a ela o título de Serva de Deus. O primeiro registro de milagre foi feito em 1995, por uma professora que diz ter sido curada de um problema congênito do coração na véspera de fazer a cirurgia. Em 2011, o papa Bento XVI aprovou as virtudes da religiosa e deu-lhe o título de Venerável. A comissão médica da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano aprovou o milagre em outubro de 2011, concordando que não havia explicação científica para a cura da professora. A comissão de cardeais também confirmou o milagre em 2012.


Em nota divulgada na sexta-feira (3), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destacou que a beatificação de Nhá Chica tem um significado muito importante para a Igreja. Filha e neta de escravos, a beata era analfabeta e ficou órfã ainda na infância. Devota de Nossa Senhora da Conceição, viveu na pobreza e na simplicidade, e dedicou sua vida para servir as pessoas, especialmente na tarefa de escutar e aconselhar. Seu cuidado com os mais pobres rendeu-lhe o título de “Mãe dos pobres”.


História

Francisca de Paula de Jesus nasceu no Distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes, em São João Del Rey (MG) e foi morar em Baependi ainda pequena com a mãe, uma ex-escrava, e o irmão Teotônio. Em 1818, Nhá Chica, então com dez anos de idade, perde a mãe, que deixa também o filho Teotônio, com 12 anos. Ainda na juventude, era procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que lidavam com negócios na cidade.

Segundo o site dedicado à beatificação de Nhá Chica, a fama de santidade se espalhou e as pessoas começaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela e pedir orações. Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895, aos 87 anos.

FONTE: IG

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Maio - Mês Mariano.


O MÊS MARIANO

Ao longo da História, foram poucas as mulheres que romperam com o preconceito e conseguiram participar efetivamente dos fatos e acontecimentos significativos de seu tempo, alcançando seus objetivos e ganhando o devido reconhecimento. Maria foi uma dessas mulheres, senão, a principal delas.

Ainda muito jovem, ficou noiva de José, um homem honesto e bem mais velho do que ela, que não tardaria em tomá-la como esposa. Vivendo em uma sociedade judaica que estava sob a dominação dos romanos, onde a mulher pouco ou quase nada valia, esta jovem percebe, em um momento de inconfundível beleza, a presença de Deus em sua vida. E Deus a convida para ser a mãe de seu Filho predileto, Jesus Cristo, que assumiu a condição humana e veio ao mundo para nos ensinar que o amor é o único caminho que, verdadeiramente, nos leva à felicidade.


Maria disse "sim" a Deus e levou este "sim" às últimas conseqüências. Por ação direta e exclusiva do Espírito Santo, ficou grávida antes de se casar e correu o risco de ser apedrejada, conforme mandava a lei daquela época. Suportou a desconfiança de seu esposo; suportou as dificuldades inerentes à pobreza; suportou a perseguição de homens poderosos e cruéis, como Herodes, que tentou matar Jesus ainda quando criança. Por fim, suportou a dor de ver seu Filho inocente ser condenado, cruelmente agredido e crucificado. Suportou tudo isso sem perder a fé, a confiança, a dignidade e a esperança em seu Deus. Suportou tudo por amor, já que o amor tudo suporta (1°Coríntios 13,7). Suportou tudo em silêncio. Silêncio que não significa covardia e omissão, mas que se traduz em serviço constante, em humildade, em entrega total e absoluta ao papel que lhe havia sido reservado por Deus na história da humanidade. Em silêncio Maria viveu sua opção por Cristo. E, agindo assim, deu exemplo de fé, de coragem, de conversão autêntica, de adesão absoluta ao plano de Deus para a salvação dos homens. Ao mesmo tempo iniciou uma luta pelo resgate da dignidade da mulher, perdida em meio aos abusos de uma sociedade patriarcal, preconceituosa e machista. Essa luta sobreviveu até hoje e se fortaleceu ao longo de inúmeras gerações. Muitas vitórias já foram conquistadas. Entretanto, muita coisa precisa melhorar.


Existem no mundo milhões de "Marias" que, a despeito de toda a evolução política, econômica, social e tecnológica, ainda não conseguiram um local digno para morar, assistência médica eficiente, emprego e salários compatíveis com suas necessidades, respeito profissional e igualdade de direitos e deveres em relação aos homens. A mulher segue sendo marginalizada, discriminada e explorada. Muitas ainda comercializam seus corpos e até mesmo seus filhos para conseguirem um mísero pedaço de pão.

Ao dizer a Deus "Faça-se em mim segundo a vossa palavra", Maria revolucionou a História. Em seu silêncio, disse mais do que ninguém que é preciso lutar constantemente pelo estabelecimento da justiça, da paz, da liberdade, da fraternidade e da igualdade em nosso mundo. Ao abrir seu coração a Cristo, ela rompeu com as barreira do egoísmo humano e nos ensinou que é preciso amar a todos, independente da raça, da cor da pele e do sexo.


Apesar de todo o sofrimento que vivenciou, Maria tornou-se uma mulher vitoriosa e feliz. Nós a chamamos de bendita e bendizemos também a seu Filho, Jesus, que num gesto de amor, fez com que ela se tornasse mãe de todos nós (João 19, 25-27).

Em maio, o desabrochar das flores manifesta com originalidade e beleza o milagre da vida. A tradição católica escolheu este período do ano para venerar com especial devoção a Maria, que, com simplicidade e fidelidade inimitáveis, vivenciou os ensinamentos de Cristo, caminho, verdade e vida. Rezemos com fé renovada a Ave Maria, oração que exprime com perfeição o mistério da serva bem-aventurada de Deus.



NOSSO CULTO A MARIA, MÃE DE JESUS

Depois da ascensão de Jesus ao céu, Maria permaneceu no cenáculo juntamente com os apóstolos e discípulos, aguardando a vinda do Espírito Santo. Podemos dizer que ela continuava sua maternidade, agora, na Igreja nascente. O autor do livro dos Atos dos Apóstolos, São Lucas, nos oferece uma passagem que é, ao mesmo tempo, de profundo significado teológico: “Todos eles, unânimes, perseveravam na oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus” (Atos dos Apóstolos 1,14). Vemos, neste trecho, não apenas a presença de Maria mas sua perseverante oração. Ela intercedia junto ao seu Filho por aquela pequena comunidade no Cenáculo, nos primórdios de sua caminhada.


Sua presença intercessora continuará, ao longo da história da Igreja, ímpar e singular. Encontramos no Cemitério de Priscila, na via Salária em Roma, a mais antiga imagem de Maria, com o menino Jesus em seus braços, demonstrando assim que os antigos cristãos, no final do segundo século, já veneravam sua memória com grande devoção.

Quando os primeiros concílios definiam as verdades da fé e se organizavam as primeiras formulações do “Creio”, o nome de Maria era inserido em todos os documentos: “Nasceu da Virgem Maria!”.

Os grandes teólogos dessa época como Hipólito, Ambrósio, Agostinho, Ildefonso de Toledo e tantos outros, transmitem as verdades reveladas e inserem o nome da Virgem Maria em seus tratados sobre as Profissões de Fé.


No dia 22 de junho de 431, no Concílio de Éfeso, era lida a carta de Cirilo de Alexandria a Nestório, onde ele transmitia aquilo que os padres conciliares haviam definido: a Santa Virgem Maria é Mãe de Deus. Dela nasceu o santo corpo de Jesus dotado de alma racional, ao qual o Verbo está unido substancialmente.

Ela é Mãe de Deus e, mesmo depois do parto, permanece sempre Virgem. Jesus nasceu segundo a natureza humana, porém, como Pessoa divina.

O culto a Maria é fundamentado na Sagrada Escritura, na tradição litúrgica e no magistério da Igreja. A religiosidade popular colhe nestas grandes fontes as suas mais autênticas expressões. Basta considerarmos o número de paróquias, santuários, igrejas e capelas consagrados a Maria Santíssima. Quantas arquidioceses e dioceses na América Latina e, particularmente no Brasil, a têm por padroeira! Quantos profissionais a escolhem por protetora! Quantas congregações religiosas e sociedades de vida apostólica a têm por inspiradora!


Todas essas evidências nos colocam diante de uma realidade que precisa ser considerada: se o Salvador da humanidade cumulou sua Mãe de predicados tão excelentes e ela, por sua vez, colaborou com a graça a ponto de ser chamada de “plena de graça” pelo arcanjo São Gabriel, tudo isso nos mostra um caminho de esperança. Podemos, contemplando Maria, alcançar a salvação em Jesus e por Jesus.


Em 29 de abril de 1965, no segundo ano do pontificado, Paulo VI promulgou a encíclica “Mês de Maio”, dedicada a Maria Santíssima. A Igreja estava vivendo o Concílio Vaticano II e o Papa se preocupava com a paz no mundo. Nessa encíclica de apenas doze parágrafos, Paulo VI pedia orações por dois motivos: o êxito do Concílio e um apelo à paz do mundo.

Maria, diz o Papa Paulo VI, foi constituída administradora e dispensadora generosa dos tesouros da divina misericórdia. Nessa mesma carta incentiva o Papa a prática da reza do Santo Rosário, oração tão agradável à Virgem Maria. Nove anos depois, o mesmo Paulo VI promulgava a Exortação Apostólica “Marialis Cultus”: para a reta compreensão e desenvolvimento verdadeiro do culto à Bem-aventurada Virgem Maria.

A Sagrada Escritura traz muitos exemplos de figuras de linguagem com motivos florais que os Padres da Igreja, sem muita dificuldade, aplicaram a Maria: Cântico dos cânticos, Provérbios, Eclesiástico, etc.

O mês de Maio se tornou mês de Maria, como sabemos, por causa das oferendas florais, muito comuns na Europa com a chegada da primavera, que no hemisfério norte acontece neste mês.


Seguindo o conselho da Igreja, procuremos imitar a Virgem Maria não apenas por atos de piedade, que são muito edificantes, mas sobretudo por atitudes.

Buscamos em Maria um modelo a ser imitado: modelo de mulher, enquanto “filha de Sião”, sempre consciente de seu papel de cidadã; modelo de esposa, que partilhou com São José as tarefas quotidianas de um lar comum para o seu tempo; modelo de mãe que não apenas se dedica, com o mesmo São José, à educação de Jesus, mas o prepara para assumir seu ministério.


Finalmente, o Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática “Lumen Gentium” lhe confere o título de “Mãe de Deus e Mãe dos Homens”. E por isso, o culto à Santíssima Virgem Maria deve ser equilibrado e digno. O texto conciliar nos alerta sobre o perigo de um estéril e transistório afeto. A verdadeira devoção deve proceder da fé verdadeira que nos leva a contemplar a Virgem Mãe de Deus para lhe dedicar o nosso amor e nossa filial devoção em decorrência do mistério de Cristo.

Enquanto sinal de esperança e de conforto ao peregrinante povo de Deus, convidam-se os cristãos a suplicar, instantemente, até que todas as famílias dos povos, tanto as que estão ornadas com o nome de cristãos, como as que ainda ignoram o seu Salvador, sejam felizmente congregadas na paz e na concórdia (GS 69).

Na exortação apostólica pós sinodal “Evangelii Nuntiandi”, Maria é assim invocada: “Que seja Maria a estrela da evangelização. Que a Igreja, obediente ao mandato do Senhor, promova e realize, sobretudo nestes tempos difíceis, cheios de esperanças, essa grandiosa obra da Evangelização!

D. EUSÉBIO OSCAR SCHEID
Ex- Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro