

Cada apóstolo teria dado um artigo do credo. Daí se segue cada artigo, e respectivamente, seu autor, no latim original:
PEDRO:
In Deum Patrem omnipotentem creaturem coeli et terrae.
ANDRÉ :
Et Jesum Chistum Filium eius unicum Dominum Nostrum.
TIAGO
Qi conceptus est de Spiritu Sancto, natux ex Maria Virgine.
JOÃO
Passus sub Pontio Pilato, crucifixus. Morituus et sepultus

Descendi ad inferna et terlia die, resurreci a mortuis
BARTOLOMEU
Ascendi ad coelos, sedet ad dexteram Dei Patris Omnipotentis
MATEUS
Inde venturus judicare vivos et mortuos.

In Spiritum Sanctum
TIAGO DE ALFEU
In Sanctam Eclesiam Catholicam, sanctorum communionem
SIMÃO ZELOTE DE CANANÉIA
In Remissionem Peccatorum
JUDAS TADEU – OU LEBEU
In carnis Ressurectionem
MATIAS
In vitam aeternam

"Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao mundo dos mortos, ressuscitou no terceiro dia, subiu ao céu e está sentado a direita de Deus Pai, Todo-Poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espirito Santo, na santa Igreja cristã, a comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna. Amém."

"Creio em Deus Pai Todo-poderoso, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor. E no Espírito Santo, na santa Igreja, na ressurreição da carne. Creio em Deus Pai Todo-poderoso. E em Jesus Cristo seu único Filho nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo e da virgem Maria; concebido sob o poder de Pôncio Pilatos e sepultado; ressuscitou ao terceiro dia; subiu ao céu e está sentado à mão direita do Pai, de onde há de vir julgar os vivos e os mortos. E no Espírito Santo; na santa Igreja; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo".

A formulação anterior do credo apostólico, o artigo referente sobre Jesus descer a “mansão dos mortos” como hoje conhecemos, outrora era “desceu ao inferno”, e já vinha sendo questionada há vários anos. Ela causava dificuldade de compreensão e mal-entendidos. Na década de 1970, já houve tentativas de reformulá-lo. A palavra bíblica "Hades" até pode ser traduzida por inferno, mas a melhor tradução é de fato "mundo dos mortos". A mudança de sentido foi surgindo com o decorrer dos tempos.
Durante o período da Idade Média, em torno do ano 1000 d.C., foi surgindo à idéia de que no "mundo dos mortos" ou inferno havia dois tipos de lugares. O lugar para os que tinham sido bons e o lugar para os que tinham sido ruins. A idéia de inferno como o lugar dos condenados, afastados de Deus, foi se tornando mais forte na mente das pessoas. Na língua portuguesa, a palavra inferno se reduz apenas a este significado de lugar de condenação. Ou seja, aquilo que originariamente significava "mundo dos mortos", através da tradição humana e da tradução para o português, adquiriu o sentido de mundo dos condenados e definitivamente afastados de Deus.

Ao longo dos primeiros três séculos de Cristianismo quando se sucederam as perseguições, desde Nero a Diocleciano, os líderes cristãos adotaram o credo apostólico em seus cultos. Com a paz estabelecida aos cristãos e seus líderes, que findaram as perseguições, e com a tomada de Constantino ao Poder do Império Romano, dando total aval as atividades antes consideradas criminosas, a Igreja por fim conseguiu se estabelecer, cuja finalidade era ser a única, santa e católica (universal) no mundo todo onde Roma tinha seus domínios.

Convocou-se um concílio na cidade de Nicéia para maio e junho de 325. Duzentos e vinte bispos estavam presentes. O propósito do concílio era o de formular, sem possibilidade de falsas interpretações, o que as Escrituras ensinavam a respeito de Jesus Cristo. A pergunta era: Jesus é ou não é o verdadeiro Deus do verdadeiro Deus? Estaria Ário certo ao dizer que Jesus não é verdadeiramente Deus?

Apesar do brilhantismo dos teólogos arianos, os ortodoxos (que mantinham o ensino bíblico) não estavam ausentes e sem os seus auxiliares. Conta à história que Atanásio era um homem de pouca estatura. Mas como um estudioso da Bíblia, era um gigante. Desde o Concílio de Nicéia, por causa da sua defesa sólida da fé cristã, o dito que passou a acompanhá-lo foi "Atanásio contra o mundo".
Além, de Ario, apenas cinco outros se recusaram a assinar o documento elaborado em Nicéia. O Imperador Constantino os baniu, mas sem grande interesse político. O mesmo credo foi reafirmado no Concílio de Constantinopla, em 381, e foi oficialmente adotado com alguns acréscimos em 451, no Concílio de Calcedônia.

Assim sendo, temos o credo niceno. Aqui, apresento duas formas: uma estabelecida hoje pelo Conselho Mundial de Igrejas, e outra adotada pelo livro de concórdia, onde contém os escritos confessionais da Igreja Luterana:
Credo Niceno-Constantinopolitano
(versão Conselho Mundial de Igrejas)
Cremos em um só Deus, Pai, Onipotente,
Criador do céu e da terra,
E de todas as coisas visíveis e invisíveis.
E em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho unigênito de Deus,
Gerado do Pai antes de todos os tempos,
Luz de Luz,
Verdadeiro Deus de verdadeiro Deus,
Gerado, não feito,
Consubstancial com o Pai,
Por quem todas as coisas foram feitas,
O qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu,
E encarnou por obra do Espírito Santo, da Virgem Maria,
E foi feito homem.
Foi crucificado por nós sob o poder de Pôncio Pilatos,
Padeceu e foi sepultado.
E, ao terceiro dia, ressuscitou, segundo as Escrituras,
E subiu ao céu,
E está sentado à mão direita do Pai,
E virá outra vez com glória a julgar os vivos e os mortos,
E o seu Reino não terá fim.
E cremos no Espírito Santo, Senhor, doador da vida,
Procedente do Pai.
O qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado,
O qual falou pelos profetas.
Cremos na Igreja una santa, católica e apostólica.
Reconhecemos um só batismo para a remissão dos pecados.
E esperamos a ressurreição dos mortos,
E a vida do mundo vindouro. Amém.
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Credo Niceno-Constantinopolitano
(versão Livro de Concórdia)
Creio em um só Deus, o Pai onipotente,
Criador do céu e da terra,
De todas as coisas, visíveis e invisíveis.
E em um só Senhor Jesus Cristo,
Filho unigênito de Deus
E nascido do Pai antes de todos os séculos,
Deus de Deus, Luz de Luz,
Verdadeiro Deus de verdadeiro Deus,
Gerado, não feito,
Consubstancial com o Pai,
Por quem foram feitas todas as coisas;
O qual, por nós homens e pela nossa salvação, desceu do céu,
E encarnou, pelo Espírito Santo, na Virgem Maria,
E se fez homem;
Foi crucificado em nosso favor sob o poder de Pôncio Pilatos;
Padeceu e foi sepultado;
E ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras;
E subiu aos céus; está sentado à destra do Pai,
E virá pela segunda vez, em glória, para julgar os vivos e os mortos;
E seu reino não terá fim.
E no Espírito Santo, Senhor e vivificador,
O qual procede do Pai e do Filho;
Que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado;
Que falou pelos profetas.
E a igreja una santa, católica e apostólica.
Confesso um só batismo, para a remissão dos pecados,
E espero a ressurreição dos mortos
E a vida do século vindouro. Amém.


Se a fé cristã não tem raízes históricas, ela perde o seu fundamento. Uma fé sem essas raízes é cética. Portanto, os credos e confissões da igreja cristã sempre nos reportam às origens e ao desenvolvimento de toda a história do Cristianismo e de sua Igreja (que poderia ser única, se não fossem as nomenclaturas como bem a conhecemos, católicas e protestantes). Como já vimos anteriormente, primeiro vieram o credo dos apóstolos e herdeiros das mensagens edificantes de Cristo, dos discípulos que conviveram com Jesus de Nazaré, que resumiram suas expressões cada qual com um artigo. Posteriormente, o testemunho de seus mártires ao longo de três séculos de perseguições. E por fim, o credo definitivo que condensa o Poder único da verdadeira Igreja instituída e fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, como toda base no credo apostólico, através de seu representante na Terra, o Papa, sucessor legítimo de Pedro: A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA.

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