domingo, 20 de janeiro de 2013

Salve São Sebastião, Glorioso Soldado e Mártir de Cristo


São Sebastião (França, 256 d.C. — 286 d.C.) originário de Narbonne e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima).


De acordo com Actos apócrifos, atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião era um soldado que se teria alistado no exército romano por volta de 283 d.C. com a única intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiliano, que o queriam sempre próximo, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal - a Guarda Pretoriana. Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenada a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado no rio, porém, Sebastião não havia falecido. Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), apresentou-se novamente diante de Diocleciano, que ordenou então que ele fosse espancado até a morte. O Seu corpo foi colocado no esgoto público de Roma. Luciana (Santa Luciana) resgatou o seu corpo, limpou-o, e sepultou-o nas catacumbas.


Existem inconsistências no relato da vida de São Sebastião: Historicamente o edito que autorizava a perseguição sistemática dos cristãos pelo Império foi publicado apenas em 303 (depois da Era Comum), pelo que a data tradicional do martírio de São Sebastião parece um pouco precoce. O simbolismo na História, como no caso de Jonas, Noé e também de São Sebastião, é vista, pelas lideranças cristãs atuais, como alegoria, mito, fragmento de estórias, uma construção histórica que atravessou séculos.



O bárbaro método de execução de São Sebastião fez dele um tema recorrente na arte medieval - surgindo geralmente representado como um jovem amarrado a uma estaca e perfurado por várias setas (flechas); de resto, três setas, uma em pala e duas em aspa, atadas por um fio, constituem o seu símbolo heráldico.


A VIRGEM MARIA ENTRE SÃO ROQUE E SÃO SEBASTIÃO
Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge na Baixa Idade Média, designadamente nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. Embora os seus martírios possam provocar algum ceticismo junto dos estudiosos atuais, certos detalhes são consistentes com atitudes de mártires cristãos seus contemporâneos.


RELÍQUIA COM UMA DAS FLECHAS QUE TRESPASSOU O CORPO DE SÃO SEBASTIÃO- BASÍLICA DE SÃO SEBASTIÃO- ROMA


TÚMULO DE SÃO SEBASTIÃO EM SUA BASÍLICA, ROMA

ESCULTURA DO SANTO EM SEU TÚMULO, NA SUA BASÍLICA, EM ROMA
São Sebastião foi o ícone de várias expressões artísticas. A Pintura há muito o nomeou como modelo de pintores da Renascença. Na literatura, São Sebastião teve sua trajetória contada no livro "Perseguidores e Mártires" , do escritor italiano Tito Casini. Ainda na literatura, foi um dos personagens centrais do romance "Fabíola" (também intitulado "A Igreja das Catacumbas"), escrito em 1854 pelo Cardeal Nicholas Wiseman.


MASSIMO GIROTTI NO PAPEL DE SÃO SEBASTIÃO EM "FABÍOLA", FILME FRANCÊS DE 1949.


ETTORE MANNI COMO SÃO SEBASTIÃO NO FILME "A REVOLTA DOS ESCRAVOS" DE 1961.

A Obra de Wiseman foi levado para as telas de cinema em 1949, num filme francês homônimo dirigido por Alessandro Blasetti, e estrelado por Michèle Morgan, e com o ator italiano Massimo Girotti no papel de São Sebastião. Um Remake cinematográfico do romance de Wiseman foi realizada em 1961, na Itália, com o título "La Rivolta degli Schiavi ("A Revolta dos Escravos ), dirigido por Nunzio Malasomma, e protagonizada pela estrela norte-americana Rhonda Fleming, tendo o romano Ettore Manni como o santo mártir.

APOTEOSE DE SÃO SEBASTIÃO
Ele é celebrado, com festas e feriados como padroeiro, de várias localidades, como por exemplo, em Santa Maria da Feira (na conhecida Festa das Fogaceiras, a maior festa do concelho, a cargo da Câmara Municipal), no Bairro de S. Sebastião (concelho de Mirandela, no segundo Domingo de Setembro), em Cabanelas (no dia 20 de Janeiro), em Vale de Prados (no terceiro Domingo de Janeiro). É Santo Padroeiro de Vale de Juncal, do mesmo concelho, cujas festividades seculares ocorriam no primeiro Domingo de Fevereiro de cada ano. São Sebastião também é o patrono da Cidade do Rio de Janeiro, onde sua festa é celebrada com uma procissão saída da Igreja dos Capuchinhos, na Tijuca, indo em direção a Catedral Metropolitana, no centro, onde haverá os Autos de São Sebastião, onde será também encenado a vida do santo mártir.


Detalhes a mais de sua vida de acordo com o livro de Tito Casini.


Nascido em Narbone, na Gália, recebeu Sebastião educação em Milão, terra natal de sua mãe. Cristão, nunca se envergonhou de sua religião. Vendo as tribulações sofridas pelas perseguições atrozes que sofriam, alistou-se nas legiões do imperador com a intenção de mitigar os sofrimentos destes cristãos, seus irmãos em Cristo.  A figura imponente, bravura e prudência tanto agradaram ao imperador, que o nomeou comandante da guarda imperial.


Nesta posição elevada tornou-se o grande benfeitor dos cristãos encarcerados. Tendo entrada franca em todas as prisões, ia visitar as pobres vítimas do rancor e ódio pagão, e com palavras e dádivas consolava e animava os candidatos ao martírio.






Dois irmãos, Marco e Marceliano, não se acharam com coragem de afrontar os horrores da tortura e aconselhados pelos pais e parentes, resolveram-se a sacrificar aos deuses.


Mal teve ciência disto, Sebastião procurou-os e com sua palavra cheia de fé, reanimou os desfalecidos e vacilantes, levando-os a perseverar na religião e antes sacrificar tudo que negar a fé. Profunda comoção apoderou-se de todos que assistiam a esta cena.  Marco e Marceliano cobraram ânimo e prometeram a Sebastião fidelidade na fé até à morte. Uma das pessoas presentes era Zoé, esposa do funcionário imperial Nicostrato. Esta pobre mulher estava muda há seis anos. Impressionada pelo que presenciara, prostrou-se aos pés de Sebastião, procurando por sinais interpretar o que lhe desejava dizer. Sebastião fez o sinal da Cruz sobre ela e imediatamente Zoé recuperou o uso da língua.  Ela e o marido converteram-se ao cristianismo. Este exemplo foi imitado pelos pais de Marco e Marceliano, pelo carcereiro Cláudio e mais 16 pessoas.




Todos receberam o santo batismo das mãos do sacerdote policarpo, na casa de Nicostrato. A conversão destas pessoas em circunstâncias tão extraordinárias, chamou a atenção do prefeito de Roma, Cromâncio. Sofrendo horrivelmente de Reumatismo e sabendo que o pai de Marco e Marceliano pelo Batismo tinha ficado curado do mesmo mal, manifestou o desejo de conhecer a religião cristã. Sebastião deu-lhe as instruções necessárias, batizou-o com seu filho Tibúrcio e curou-o da doença.  Tão grato ficou Cromácio, que pôs em liberdade os cristãos encarcerados seus escravos, e renunciou ao cargo de prefeito.  



Retirando-se da cidade para sua casa de campo, deu agasalho aos cristãos, acossados pela perseguição. Esta recrudesceu de uma maneira assustadora. O Santo Papa Caio chegou a aconselhar os cristãos e o próprio São Sebastião para se retirar da cidade, mas São Sebastião preferiu ficar em Roma, mesmo que isso culminasse em seu martírio.


Muito tempo não levou e Diocleciano soube, por uns cristãos apóstatas, que Sebastião era cristão e grandes serviços prestava aos encarcerados.Chamou-o à sua presença e repreendeu-o, tentando incansavelmente convencê-lo a abandonar a religião de Cristo. Todas as argumentações e tentativas de Diocleciano esbarraram de encontro à vontade inflexível do militar. Sem mais delongas, deu ordem aos soldados que amarrassem o chefe a uma árvore e o asseteassem, tendo a ordem sido cumprida imediatamente.



Os soldados, vindos da África, despiram-no, ataram-no a uma árvore e atiraram-lhe setas em tanta quantidade quanto acharam necessárias para matar um homem e deixaram a vítima neste mísero estado, supondo-o morto. Alta noite chegou-se Irene, mulher do mártir Castulo, ao lugar da execução para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com grande admiração, encontrou-o com vida, levando-o para casa e tratando com todo o desvelo.

 Restabelecido, o herói procurou o imperador e, sem pedir audiência, apresentou-se-lhe, acusando-o de grande injustiça, por condenar inocentes, como eram os cristãos, a sofrer e a morrer. Diocleciano, a princípio, não sabia o que pensar e dizer, pois tinha por certo que Sebastião não existia mais entre os vivos.


Perguntando-lhe quem era, disse-lhe:

"Sou Sebastião, e o fato de eu estar vivo, devias concluir que é poderoso o Deus, a quem adoro, e que não fazes bem em perseguir-lhe os servos”. Enfurecido, Diocleciano ordenou aos soldados que o matassem com paus e bolas de chumbo na presença do povo. Os algozes cumpriram a ordem e, para subtrair o cadáver à veneração dos cristãos, atiraram-no à cloaca máxima.

Uma piedosa mulher, Santa Luciana, porém, achou-o e tirou-o da imundície e sepultou-o aos pés de São Pedro e São Paulo, isto em 287.


Oração a São Sebastião

Glorioso mártir São Sebastião,
soldado de Cristo
e exemplo de cristão,
hoje vimos pedir
a vossa intercessão
junto ao trono do Senhor Jesus,
nosso Salvador,
por Quem destes a vida.
Vós que vivestes a fé
e perseverastes até o fim,
pedi a Jesus por nós
para que sejamos
testemunhas do amor de Deus.
Vós que esperastes com firmeza
nas palavras de Jesus,
pedi-Lhe por nós,
para que aumente
a nossa esperança na ressurreição.
Vós que vivestes a caridade
para com os irmãos,
pedi a Jesus para que aumente
o nosso amor para com todos.
Enfim, glorioso mártir São Sebastião,
protegei-nos contra a peste,
a fome e a guerra;
defendei as nossas plantações
e os nossos rebanhos,
que são dons de Deus para o nosso bem
e para o bem de todos.
E defendei-nos do pecado,
que é o maior
de todos os males.
Assim seja.

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