Este ano, a
igreja do Brasil estará mais voltada para as temáticas relativas à juventude.
No dia 13 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, será lançada mais uma edição da
Campanha da Fraternidade (CF), com o tema “Fraternidade e Juventude” e o lema
“Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8). Mas além da atenção voltada à juventude, em
sua temática, outro motivo de celebração é que a campanha estará completando o
seu cinquentenário de fundação.
A Campanha
da Fraternidade, coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), é realizada anualmente pela Igreja católica, sempre no período da
Quaresma. A cada ano é escolhido um tema, que define sob qual perspectiva a
solidariedade será despertada, em relação a questões que envolvem toda
sociedade brasileira.
O secretário
executivo da Campanha da Fraternidade, padre Luiz Carlos Dias, afirma que um
dos papéis da CF é ser um “elo” entre a igreja, os fiéis e a sociedade. “A
campanha da Fraternidade é a igreja a serviço da sociedade, é uma evangelização
que ultrapassa as fronteiras da igreja e, dessa forma, a igreja cumpre, de fato
a sua missão, que é evangelizar de uma forma bem ampla”, explica o padre.
Sobre a
celebração aos 50 anos da CF, padre Luiz Carlos revela que este é um momento de
“voltar às raízes do espírito que levou ao nascimento da CF”. Para o
lançamento, ficou definida na manhã da quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013,
uma visita ao município de Nísia Floresta (RN), localidade onde a Campanha teve
início.
A
programação seguirá ainda no dia 14, à tarde, quando haverá uma entrevista
coletiva com a imprensa. No dia 15, será realizado um seminário sobre a
temática da CF 2013 – “Fraternidade e Juventude”. Neste mesmo dia, às 17h, será
realizada a solenidade oficial de lançamento, e, às 20h, será celebrada uma
missa na Catedral Metropolitana de Natal (RN).
História da
Fundação
Em 1961, três padres responsáveis pela Cáritas
Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades
assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma
financeiramente. A atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada
pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal no Rio Grande do Norte, com
adesão de outras três Dioceses e apoio financeiro dos Bispos norte-americanos.
No ano seguinte, 16 Dioceses do Nordeste realizaram a campanha. Não teve êxito
financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da
CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das
Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja em nosso País.
Em seu
início, teve destacada atuação o Secretariado Nacional de Ação Social da CNBB,
sob cuja dependência estava a Cáritas Brasileira, que fora fundada no Brasil em
1957. Na época, o responsável pelo Secretariado de Ação Social era Dom Eugênio
de Araújo Sales, e por isso, Presidente da Cáritas Brasileira. O fato de ser
Administrador Apostólico de Natal explica que a Campanha tenha iniciado naquela
circunscrição eclesiástica e em todo o Rio Grande do Norte.
Este projeto
foi lançado, em nível nacional, no dia 26 de dezembro de 1962, sob o impulso
renovador do espírito do Concílio Vaticano II, em andamento na época, e
realizado pela primeira vez na quaresma de 1964. O tempo do Concílio foi
fundamental para a concepção e estruturação da Campanha da Fraternidade, bem
como o Plano Pastoral de Emergência e o Plano de Pastoral de Conjunto, enfim,
para o desencadeamento da Pastoral Orgânica e outras iniciativas de renovação
eclesial. Ao longo de quatro anos seguidos, por um período extenso em cada um,
os Bispos ficaram hospedados na mesma casa, em Roma, participando das sessões
do Concílio e de diversos momentos de reunião, estudo, troca de experiências.
Nesse contexto, nasceu e cresceu a Campanha da Fraternidade.
Em 20 de
dezembro de 1964, os Bispos aprovaram o fundamento inicial da mesma intitulado:
Campanha da Fraternidade - Pontos Fundamentais apreciados pelo Episcopado em
Roma. Em 1965, tanto Cáritas quanto Campanha da Fraternidade, que estavam
vinculadas ao Secretariado Nacional de Ação Social, foram vinculadas
diretamente ao Secretariado Geral da CNBB. A CNBB passou a assumir a CF. Nesta
transição, foi estabelecida a estruturação básica da CF. Em 1967, começou a ser
redigido um subsídio maior que os anteriores para a organização anual da CF.
Nesse mesmo ano iniciaram também os encontros nacionais das Coordenações
Nacional e Regionais da CF. A partir de 1971, participam deles também a
Presidência e a Comissão Episcopal de Pastoral.
Em 1970, a
Campanha da Fraternidade ganhou um especial e significativo apoio: a mensagem
do Papa em rádio e televisão em sua abertura, na quarta-feira de cinzas. A
mensagem papal continua enriquecendo a abertura da CF.
De 1962 até
hoje, a Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização
desenvolvida num determinado tempo (quaresma), para ajudar os cristãos e as
pessoas de boa vontade a viverem a fraternidade em compromissos concretos no
processo de transformação da sociedade a partir de um problema específico que
exige a participação de todos na sua solução. É grande instrumento para
desenvolver o espírito quaresmal de conversão, renovação interior e ação
comunitária como a verdadeira penitência que Deus quer de nós em preparação da
Páscoa. É momento de conversão, de prática de gestos concretos de fraternidade,
de exercício de pastoral de conjunto em prol da transformação de situações
injustas e não cristãs. É precioso meio para a evangelização do tempo
quaresmal, retomando a pregação dos profetas confirmada por Cristo, segundo a
qual a verdadeira penitência que agrada a Deus é repartir o pão com quem tem
fome, dar de vestir ao maltrapilho, libertar os oprimidos, promover a todos.
A Campanha
da Fraternidade tornou-se especial manifestação de evangelização libertadora,
provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da
sociedade, a partir de problemas específicos, tratados à luz do Projeto de
Deus. [2]
Fonte:
Wikipédia [2]/ CNBB [1]
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