O Carnaval não
é uma festa exclusivamente brasileira, e nem sua origem é dos tempos
contemporâneos. O Carnaval originário tem início nos cultos agrários da Grécia,
de 605 a 527 a.C. Com o surgimento da agricultura, os homens passaram a
celebrar a fertilidade e produtividade do solo.
O primeiro foco de concentração carnavalesca se remota no
Egito. A festa era nada mais que dança e cantoria em volta de fogueiras. Os
foliões usavam máscaras e disfarces simbolizando a inexistência de classes
sociais.
Depois, a tradição se espalhou por Grécia e Roma, entre o século VII a.C. e VI d.C. A separação da sociedade em classes fazia com que houvesse a necessidade de uma fuga social. É nessa época que orgias e bebidas se fazem presentes na festa.
Depois, a tradição se espalhou por Grécia e Roma, entre o século VII a.C. e VI d.C. A separação da sociedade em classes fazia com que houvesse a necessidade de uma fuga social. É nessa época que orgias e bebidas se fazem presentes na festa.
Em seguida, o Carnaval chega a Veneza. Diz-se que foi lá que
a festa tomou as características como bem o conhecemos hoje: máscaras,
fantasias, carros alegóricos, e desfiles.
O Carnaval na era da Cristandade passa a existir quando a
Igreja Católica oficializa a festa, em 590 d.C. Antes, a instituição condenava
a festa por seu caráter “pecaminoso”. No entanto, as autoridades eclesiásticas
da época se viram num beco sem saída. Não era mais possível proibir o Carnaval.
Foi então que houve a imposição de cerimônias oficiais sérias para conter a
libertinagem. Assim, esse tipo de cerimônia se defrontava com a principal
característica do Carnaval, que são os risos e as brincadeiras.
Somente em 1545, durante o Concílio de
Trento, que o Carnaval é reconhecido como uma
manifestação popular de rua. Em 1582, o Papa Gregório
XIII transforma o Calendário Juliano em Gregoriano
e estabelece as datas do Carnaval. O motivo da mobilidade da data é não
coincidir com a Páscoa Católica, que não pode ter data fixa para não coincidir
com a Páscoa dos judeus.
A palavra carnaval também apresenta diversas versões e não
há unanimidade entre os estudiosos. Há quem defenda que o termo carnaval deriva
de carne vale
(adeus
carne!) ou de carne levamen (supressão
da carne). Esta interpretação da origem etimológica da palavra
remete-nos ao início do período da Quaresma que era, em sua origem, não apenas um período de
reflexão espiritual como também uma época de privação de certos alimentos,
dentre eles, o a carne.
Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que
esta derive de currus
navalis, expressão anterior ao Cristianismo e que
significa carro naval. Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do
começo da primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de
barco, tanto na Grécia como em Roma.
Nos dias atuais, o carnaval é festejado no sábado, domingo,
segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de
cinzas ao domingo de Páscoa. É a partir daqui que falaremos da
QUARESMA.
A palavra Quaresma vem do latim quadragésima e é utilizada
para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do
cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no Domingo de Páscoa. Esta
prática data desde o século IV.
Na quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e
termina na quinta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a
preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão
espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento
espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e
a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um
recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento
pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua
fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à
reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o
espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa.
Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo,
como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem
parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário
específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa
luto e penitência.
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os
cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração,
meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de
preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.
EM TEMPO: Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo
material. Os zeros
que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades.
Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia.
Nela, é relatada as passagens dos
quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo
deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias
que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que
durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos
vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir
criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer, na
esperança.
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