Na Europa
Ocidental havia uma região chamada de Silésia, apos a segunda Guerra, a maior
parte da região foi cedida à Polônia. Na época a Europa estava dividida em
pequenos ducados e principados, havia imponentes castelos e o luxo era
desmedido se comparado com a miséria da população, foi nesse tempo que nasceu
uma Duquesa.
O nobre
Bertoldo de Andech, casado com a jovem Inês tiveram oito filhos, uma das filhas
casou-se com Filipe, rei da França, outra com André, rei da Hungria e foi mãe
de Santa Isabel da Hungria, e outra se tornou abadessa beneditina.
No ano de
1174 nasce a Duquesa Edwiges, sua mãe Inês reunia os filhos muitas vezes ao dia
para ensinar-lhes a rezar e contava histórias de mártires e santos que alegrava
a muito a pequena Edwiges.
Aos seis
anos Edwiges é colocada em um mosteiro para ser educada entre religiosas e
quando completou doze anos seu pai arrumou o seu casamento com Henrique que era
Duque da Silésia.O casamento realizou-se em 1186 e toda nobreza compareceu ao
casamento, dentre eles sua majestade Inês, rainha da França, Gertrudes rainha
da Hungria, ambas irmãs de Edwiges.
Após o
casamento Edwiges que passa a ser Duquesa da Silésia e da Polônia chega ao seu
castelo e aos treze anos tem seu primeiro filho, logo com a graça de Deus
tiveram mais cinco filhos. A duquesa e seu marido tinham a castidade em alto
preço guardavam a abstinência nos dias santos e nas sextas-feiras em memória a
Paixão de Cristo, e após uma vida em comum diante do Bispo juraram não manter
mais uma vida matrimonial e viveram assim por mais de trinta anos, na oração e
no jejum para assim glorificarem a Deus.
Quando os
filhos já estão adultos surgem uma rivalidade entre os irmãos Henrique o filho
mais velho e Conrado o segundo filho, e surgem uma guerra o que causa um grande
sofrimento a Edwiges. O filho mais velho Henrique sai vitorioso e o irmão
Conrado ao sair em uma caçada foi atacado por uma fera que ele mesmo tinha
ferido, vindo a falecer alguns dias depois, nesses tempos Edwiges tinha também
acabado de perder o seu terceiro filho Boleslau.
No ano de
1227 ocorreram guerras violentas por terras e poder, o marido de Edwiges fica
gravemente ferido e mais tarde veio a falecer, depois o filho Henrique parte
para defender o reino contra os mongóis que trucidavam a população não respeitando
velhos ou crianças, chega então a notícia da morte de Henrique. Em meio a tanta
dor, Edwiges se mantém forte e sofrendo em silêncio ensina a todos a respeitarem
a vontade de Deus.
Após a morte
do marido, Edwiges retirou-se para o mosteiro de Trebnitz onde sua filha
Gertrudes era Abadessa, e assim a rica duquesa se fez pobre entre as pobres
monjas. Edwiges considerava os religiosos como uma porção eleita do povo de Deus
e por eles tinha um imenso respeito e as considerava como pessoas santas.Edwiges
e o marido fundaram diversos mosteiros e doavam generosas esmolas.
Santa
Edwiges se considerava uma pecadora e as monjas como santas e por respeito
tomava um pouco de água com que as monjas lavavam os pés, nos dando uma lição
de humildade e respeito para com os religiosos.
Edwiges
sempre se vestia com humildade apesar de sua riqueza e sua posição social, seu
marido via nela um exemplo e ele era também conhecido por sua generosidade e
passava muito tempo servindo aos franciscanos pelo amor a pobreza e humildade.
A santa não
quis fazer os votos de religiosa apesar das insistências de sua filha, não por
amor ao dinheiro, mas para poder fazer o bem distribuindo esmolas, pois era
muito rica apesar de vestir-se com extrema pobreza.
Edwiges via
em cada pobre a imagem de Cristo e distribuía seus bens em abundância para
pagamento de sua “multidão de pecados” como ela dizia sempre.
Ao lado da
humildade segui a paciência, nunca respondia asperamente e quando alguém lhe
causava desgosto dizia “Que Deus lhe perdoe”, e mostrou uma imensa conformidade
à vontade de Deus nas mortes de seus entes querido, sem jamais proferir uma
reclamação ou palavra injusta.
Jejum e
abstinência
Santa
Edwiges jejuava quase todos os dias, menos nos domingos e dias festivos quando
tomava duas refeições, durante quarenta anos não comeu carne, sue irmão Bispo
de Bamberg a aconselhava a não ser tão rigorosa, mas sua convicção era imensa.
Seu marido
Henrique em uma ocasião em que Edwiges estava doente pedia a ela que tomasse um
pouco de vinho e se alimentasse melhor, mas um mordomo acusou Edwiges de não
estar obedecendo ao marido, quando Henrique chegou próximo a mesa onde Edwiges
estava se alimentando, pegou de repente o cálice e provou e sentiu o gosto do
melhor dos vinhos, os empregados ficaram maravilhadas, pois estavam certos de
terem colocado apenas água no copo.
Edwiges era
penitente até nas vestes no tempo em que a nobreza se vestia com um luxo excessivo,
a Santa tinha muita simplicidade e se agasalhava pouco no rigoroso inverno
polonês.Andava sempre descalça nos pavimentos gelados do palácio, na igreja
permanecia sempre de joelhos e uma vez uma criada que a acompanhava estava
quase morrendo de frio quando colocou os pés no lugar onde Edwiges havia estado
e sentiu um grande calor e começou a sentir-se melhor.
Por andar
entre caminhos pedregosos seus calcanhares eram duros e rachados, conforme
testemunhos da monja Juliana, essas rachaduras eram imensas, delas escorria um
líquido sanguíneo que ia marcando seus passos na terra ou na neve.Usava Edwiges
uma dura corda feita de crina com vários nós que era áspera e causava
ferimentos em seu corpo, tudo para procurar mortificar e sofrer para expiar os
pecados que achava ter. Tudo isso foi revelado no processo de canonização da
santa.
De sua boca
só saiam louvores a Deus e ao próximo, e como dizia o apóstolo são Tiago que
quem não peca pela língua é santo, e neste aspecto ela também era santa.
A oração era
constante na vida de Santa Edwiges, passava noites ajoelhada rezando e durante
as missas usava um véu para esconder as lágrimas que saiam dos olhos devido à
emoção de participar do Santo Ofício.
Enquanto
houvesse sacerdote a santa sempre pedia que celebrassem missas, certa vez pediu
ao capelão de nome Martinho que fosse buscar um padre para celebrar uma missa,
o capelão com certa má vontade saiu pelo caminho e encontrou um irmão leigo e o
apresentou a santa Edwiges, que cheia de simplicidade, julgando que ele fosse
um padre, por confundir sua acentuada calvície com a tonsura clerical, pediu ao
irmão que rezasse um missa.O homem se espantou e explicou que não era padre,
mas um leigo que não sabia ler. A santa pediu desculpas dizendo que não estava
caçoando dele e que fizera aquilo por ignorância e voltando-se ao capelão disse
com mansidão:
Perdoe-lhe
Deus por ter me enganado assim.
Santa
Edwiges tinha um amor muito grande a Virgem Santíssima, a Jesus Sacramentado e
a Paixão de Cristo. Aconselhado por Edwiges, seu marido Henrique construiu o
mosteiro das monjas da ordem de Cister em Trebnitz e a santa deixou parte de
seu dote de casamento para sustentar o mosteiro, além de generosas esmolas
cedidas a tantos pobres e ordens religiosas.
A sua
caridade era imensa e a sua compaixão pelo próximo era movida pelo imenso
Respeito e Temor a Deus, tinha compaixão pelos prisioneiros, e pelos pobres e
endividados. Como era muito rica, a duquesa possuía muitas terras e bens e
perdoava todas as dividas e nunca desamparava um pobre que a ela recorresse.
Como na
terra já realizava muitos milagres e muita caridade também dos céus perto de
Deus seu poder de intercessão é muito grande, alguns milagres de Edwiges na
terra são notórios como a cura de muitas irmãs do monastério, em alguns casos
de cegueira.
Certa vez um
homem foi condenado à forca por ter roubado, os parentes do condenado foram
recorrer à santa que pediu ao seu marido pelo condenado, o Duque respondeu que
talvez o homem já tivesse sido morto, mas que se ele estivesse vivo seria
perdoado, um soldado saiu rapidamente par ver se o homem estava vivo, mas
encontrou o homem pendurado na forca e tirando a espada cortou a corda e o
homem ressuscitou e o soldado disse a ele: “Graças a nossa santa senhora você foi
perdoado”.
Outro fato
foi relatado em Roma por várias testemunhas no processo de beatificação: Certa
vez um inimigo declarado do Duque e conhecido mal-feitor foi preso e condenado
à forca, para que Edwiges não soubesse da condenação, o duque mandou que o
prisioneiro fosse executado na mesma madrugada, naquela noite Edwiges havia
passado a noite na igreja e voltava para casa ao amanhecer e ela ficou sabendo
da morte do condenado, ela pediu ao esposo que perdoasse aquele homem e o duque
com a certeza de que ele já estava morto consentiu.Assim que o homem já morto
há tempos foi retirado da forca recobrou a vida e desde então o duque ordenou
que fossem libertados todos os prisioneiros pelos quais ela pedisse.
Como se
aproximava a morte de Edwiges, sua filha a abadessa Gertrudes perguntou a ela
onde queria ser sepultada e a santa respondeu que gostaria de ser sepultada em
um cemitério comum, como insistia sua filha em dar-lhe um túmulo na igreja a
santa pediu para ser sepultada perto do altar de São Bartolomeu Apóstolo, mas a
filha insistiu para que ela fosse sepultada diante do altar de São Pedro e
Edwiges como tinha o dom dae prever o futuro como o fez em muitas vezes disse:
“Se fizerem assim não terão mais sossego as monjas”, e como ela disse aconteceu
devido às multidões que iam visitar o tumulo da santa.
Assim no dia
15 de novembro de 1243 morreu Santa Edwiges, seu pobre corpo estava dilacerado
pelas penitências, as irmãs ao se prepararem para lavar o corpo da Santa
ficaram horrorizadas ao verem sobre o corpo um duríssimo cilício e na cintura
uma grossa corda de crina toda retorcida. Seu corpo estava coberto de feridas e
a vista das irmãs o corpo tão pálido e quase azulado por causa dos freqüentes
jejuns e macerações começou a tomar um tom róseo e a brilhar com uma luz
celeste e um perfume emanava de seus lábios.
Os milagres
começaram a se multiplicar para a glória de Deus, foram numerosos e dentre eles
há o caso do filho do soldado Vitoslau Boresh que tinha sete anos de idade e
adoeceu gravemente, na ânsia de respirar o peitinho da criança estava
aprofundado as mãos e os pés estavam já amortecidos, o soldado que serviu à
Santa Edwiges pediu nos seguintes termos : “ Minha senhora eu a servi durante a
sua vida e lhe peço sua intercessão para que meu filho não morra “ e assim que
terminou esta prece o menino voltou a falar e desapareceram os sinais de morte,
o fato foi narrado no processo de beatificação da Santa e atestado por
testemunhas.
No dia 15 de
outubro de 1267, Edwiges é canonizada para glória de Deus e bem da Igreja, mais
tarde foi canonizada Santa Teresa D’Avila, justamente no dia 15 de outubro de
1515 e a festa de Santa Edwiges foi transferida para o dia 16 de outubro.
FONTE: http://www.oracoes.info/SantaEdwiges05.html e http://caminhosevida.blogspot.com.br/2009/10/vida-de-santa-edwiges.html
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