O Primeiro
filme rodado no processo Cinemascope surgiu para botar a televisão para
escanteio. Tudo porque este então novo veículo de comunicação ameaçava o
cinema, e as salas tornavam-se cada vez mais vazias.
Parecia que
a Sétima Arte, tanto como arte e como Indústria, estavam com seus dias
contados. Os recursos que os grandes produtores encontraram para evitar a
extinção do cinema e perder a concorrência com a TV foi expandir o formato de
seus filmes. Devemos lembrar que, após o Cinemascope, ainda surgiram os
processos Vistavision e Panavision (Câmera de 65mm, como foi rodado Ben-Hur), e ainda o Techinirama 70mm,
ambos os formatos visavam transformar grandes produções em Mega-espetáculos, e
nada como filmes com temáticas históricas ou grandes épicos a serem produzidos.
Sem essas técnicas, jamais existiria o formato Widescreen, que percorre hoje a
grande maioria dos DVDS lançados no Mercado.
Com esta
vitória da Indústria Cinematográfica, que conseguiu com isto promover a volta
do público para as grandes salas, O
Manto Sagrado/The Robe ficou na história como o primeiro filme a ser lançado no formato
Cinemascope, levando plateias no mundo inteiro aos cinemas, e um dos filmes
mais exibidos nos feriados de Páscoa em muitos cinemas do Brasil (em
alguns lugares, ficou em cartaz por quase 10 anos)- e também era filme
garantido de toda Sexta-Feira Santa nas antigas "Sessão da Tarde" da
televisão . No entanto, é justamente no televisor que o filme perde impacto
visual, pois a telinha deforma o Cinemascope, perdendo os
enquadramentos originais.
Nos últimos
anos do reinado de Tibério (Ernest Thesiger), quando Roma era a "dona do
mundo", Marcellus Gallio (Richard Burton) é um tribuno que está sempre
envolvido com jogos ou mulheres.
Além disto
tem uma rixa pessoal com Calígula (Jay Robinson), o herdeiro do trono. A
situação se complica quando Marcellus oferece, em um leilão de escravos, a
absurda quantia de três mil moedas de ouro por Demétrio (Victor Mature), que
também estava sendo disputado por Calígula.
Ao se ver
derrotado por Marcellus, Calígula encara isto como uma afronta pessoal e então
manda o tribuno ir servir imediatamente em Jerusalém, na Palestina, considerado
o pior lugar do império. Entretanto, devido a motivos políticos, após pouco
tempo em Jerusalém o tribuno é chamado de volta por Tibério. Mas, antes de
partir, recebe a missão de supervisionar a execução de uma sentença: a
crucificação de Jesus Cristo. Finda a tarefa, ele e outros soldados disputam em
um jogo de dados próximo à cruz a posse do manto vermelho usado pelo mártir.
Marcellus vence mas o manto fica com Demetrius, pois quando Gallio tentou usar
o manto algo o afligiu de forma indescritível. Demétrio, que já tinha se
tornado um cristão, lhe tirou o manto e disse que jamais o serviria novamente,
pois ele tinha crucificado seu mestre. Em seu retorno Gallio fala frases sem
sentido, como se algo muito forte o atormentasse.
Já em Capri,
onde estava o imperador e Diana (Jean Simmons), que Gallio ama e é correspondido,
alguns membros da corte e o próprio Tibério, vendo que Gallio se portava de
modo estranho, ouvem por horas o que aconteceu com o tribuno em Jerusalém.
Tibério acha que o tribuno pode ter perdido a razão, mas quando Gallio atribui
que a aflição que sente só aconteceu após se cobrir com o manto de Jesus, então
o adivinho da corte conclui que o manto estava enfeitiçado e precisa ser
destruído. Isto parece lógico tanto para Tibério como para Marcellus, então o
tribuno irá retornar à Palestina para destruir o manto e descobrir os nomes dos
cristãos, mas esta viagem irá afetar profundamente sua vida.
Uma vez lá,
em sua procura pelo manto, Marcellus vai ter à pequena vila de Caná, onde
conhece Justus (Dean Jagger) e Miriam (Betta St John), dois exemplos de vida
cristã. Embora não acredite em algumas
coisas que lhe falam, como a ressurreição de Cristo, o tribuno começa a ter
dúvidas sobre suas crenças. Justus lhe
diz que conhece sua identidade e lhe informa que todos já o perdoaram, assim
como Jesus o perdoou. Logo depois, ao
tentar convencer Marcellus do amor de Jesus, Miriam lhe diz que um dos seus
discípulos, Simão Pedro (Michael Rennie), conhecido como “O Grande Pescador”,
acaba de chegar em companhia de seu companheiro grego.
Ao pedir o
manto para ser queimado, Marcellus ouve de Demetrius que o problema dele não
está no manto e sim em sua consciência, em seu coração, por ter crucificado o
Messias. Receoso, em princípio, mas
encorajado por Demetrius, o tribuno termina abraçando o manto sagrado e se
livrando de todas as suas angústias.
Em seguida,
Marcellus é levado à presença de Pedro e termina convertendo-se ao
cristianismo, passando a seguir o apóstolo.
Tempos de depois, Pedro e seus seguidores chegam à Roma e passam a viver
nas catacumbas. Com a morte de Tiberius,
Caligula é o novo imperador e inicia uma perseguição implacável aos
cristãos. Quando Demetrius é preso e
torturado, Marcellus decide libertá-lo, o que consegue com a ajuda de um grupo
de homens. Entretanto, durante a fuga,
eles são perseguidos e, em benefício da liberdade do grupo, Marcellus atrai
seus perseguidores, a quem se entrega. Demetrius, que estava alquebrado e prestes a morrer devido as consequências da tortura, é curado por São Pedro.
Depois que
Marcellus é capturado, Diana o visita em sua cela e lhe implora para que
renegue Jesus, a fim de salvar a si próprio, mas ele fala pra ela sobre o povo
de Caná, que nunca renegou Jesus, apesar do perigo de ser seu seguidor.
Marcellus é
então levado a julgamento por traição, oportunidade em que confessa ser um
cristão. Calígula ridiculariza as afirmações do tribuno de que o seu rei é o
Rei do Céu, que acredita em amor, compaixão e caridade acima de tudo. Irritado
por que Diana ainda prefere Marcellus a ele, Calígula faz com que a assembléia
exija a morte do tribuno.
Diana,
movida pela crença apaixonada de Marcelo e repugnada pela tirania de Calígula,
escolhe morrer com o homem que realmente ama. Enquanto eles caminham juntos,
Marcelo é reconhecido por seu pai, arrependido, e Diana entrega o manto ao
empregado de Marcellus, a quem pede para levá-lo até Pedro. Em seguida,
continuam a caminhada em direção...A VIDA ETERNA.
O Manto
Sagrado foi indicado para cinco categorias do prêmio Oscar em 1953,
incluindo Melhor Filme e Melhor Ator para Richard Burton, e permanece um dos maiores épicos religiosos de todos
os tempos, ao lado de Quo Vadis e Ben-Hur.
A Película,
dirigida por Henry Koster , foi baseada no romance escrito em 1942 por Lloyd C.
Douglas (foto-no Brasil, o romance foi
editado com o título de O Manto de Cristo). A trilha sonora foi encarregada por Alfred Newman, de A Canção de Bernadete.
A produção
teve uma sequencia lançada no ano seguinte, chamada Demétrius e os Gladiadores, que começa do ponto final de O Manto Sagrado, e mostra
Calígula tentando recuperar o manto, e com o ex escravo de Marcellus,
Demétrius, tentando defender a todo custo o Manto de Jesus, mas novamente o
destino lhe põe a prova, quando é preso e é condenado a ser um gladiador contra
sua vontade, mas pior do que isso, Demétrius acaba perdendo sua fé, quando sua
amada Lúcia (Debra Paget) é violentada por outros gladiadores e cai sob os
encantos de Messalina (Susan Hayward), e o manto de Jesus fica sem paradeiro –
entretanto é outra história e outro filme a ser abordado carinhosamente num
próximo artigo.
Artigo escrito por Paulo Telles, proprietário do Blog Filmes Antigos Club
O MANTO SAGRADO esta a disposição em DVD e Blu-Ray no Brasil pela FOX.
ASSISTA PELO ABENÇOADO SITE GLÓRIA TV - ORIGINAL COM LEGENDAS EM PORTUGUÊS.
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