2013-07-28 Rádio Vaticana
Rio de
Janeiro (RV) – Mais de 3 milhões de
pessoas, segundo estimativas, participaram da Missa de encerramento da Jornada
Mundial da Juventude Rio2013 presidida pelo Papa Francisco na manhã deste
domingo. Após o ‘maior flash mobe do mundo’, Francisco foi recebido no palco na
Praia de Copacabana pouco depois das 10 horas, pelos Cardeais, Bispos e
sacerdotes presentes.
Na
celebração estavam presentes as Presidentes do Brasil e Argentina, Dilma
Roussef e Cristina Kirchner, respectivamente, o Presidente da Bolívia, Evo
Morales, o Presidente do Suriname e os Vice-presidentes do uruguai e do
Panamá.Os milhares de participantes da Vigília realizada na noite de sábado,
viram-se obrigados a improvisar um local para recuperar as forças para o dia de
hoje. Assim, as pequenas barracas, os sacos de dormir ou os pequenos cobertores
nas areias de Copacabana e na Av. Atlântica, acabaram formando um grande
mosaico de cores e formas.
O Papa
chegou de helicóptero no Forte Copacabana, percorrendo a seguir a Av. Atlântica
no papamóvel. Francisco subiu ao palco pouco depois das 10 horas para presidir
a Missa que encerrou a JMJ. O Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João
Tempesta, antes de iniciar a celebração, falou da Jornada no Rio, agradecendo
ao Papa Francisco e a todos os presentes.Alternando entre o português e o
espanhol, o Papa Francisco centrou sua homilia no ‘discípulo e na missão’,
refletindo sobre três pontos: ‘Ide’, ‘sem medo’ e ‘para servir’.
Na sua
reflexão sobre o primeiro ponto, ‘ide’, Francisco observou que “a experiência
deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo
da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio
a uma chama que arde”. “A fé - disse o Papa - é uma chama que se faz tanto mais
viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer,
amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história”.O Papa
ressaltou que “partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o
Evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você”:
“É uma ordem
sim; mas não nasce da vontade de domínio ou de poder, nasce da força do amor,
do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e nos deu não
somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, deu a sua vida para nos salvar
e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata como escravos,
mas como homens livres, amigos, como irmãos; e não somente nos envia, mas nos
acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor”.
“O Evangelho
é para todos, não apenas para alguns”, disse Francisco, pois seu anúncio não
tem fronteiras nem limites. ”Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os
ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante,
mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da
sua misericórdia e do seu amor”, exortou.“De forma especial – salientou -
queria que este mandato de Cristo –‘Ide’ - ressoasse em vocês, jovens da Igreja
na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos
Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Este continente
recebeu o anúncio do Evangelho, que marcou o seu caminho e produziu muito
fruto", acrescentou:
“Agora este
anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A
Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes
caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta,
partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor
instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser
percorrido”.
Ao falar do
segundo ponto, ‘sem medo’, o Santo Padre explicou que “quando vamos anunciar
Cristo, Ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos
em missão, Jesus prometeu: «Eu estou com vocês todos os dias» (Mt 28,20). E
isto é verdade também para nós! Jesus não nos deixa sozinhos, nunca lhes deixa
sozinhos! Sempre acompanha a vocês”! O Papa enfatizou que os missionários são
enviados em grupo, e que os jovens devem sentir “a companhia de toda a Igreja e
também a comunhão dos santos nesta missão”:
“Jesus não
chamou os Apóstolos para viver isolados, chamou-lhes para que formassem um
grupo, uma comunidade. Queria dar uma palavra também a vocês, queridos
sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando
os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Mas esta é
uma etapa do caminho. Continuem acompanhando os jovens com generosidade e
alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se
sintam sozinhos”.
Neste ponto,
Francisco agradeceu ‘de coração’, “às pastorais da juventude, aos movimentos e
novas comunidades que acompanham os jovens. Tão criativos e audazes!”.
Referindo-se
à leitura proclamada, o Papa explicou o último ponto de sua reflexão, ‘servir’.
“Para anunciar Jesus, Paulo fez-se «escravo de todos»”. “Evangelizar afirmou -
significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos
egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos,
tal como fez Jesus”. Ao concluir, Francisco disse que seguindo as três
palavras, ‘Ide’, ‘sem medo’, ‘para servir’, os jovens experimentarão “que quem
evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe alegria”. E
acrescentou, que ao retornarem às suas casas, não devem ter medo “de ser
generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho”:
“Levar o
Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência;
para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio;
para construir um mundo novo. Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com
vocês! O Papa conta com vocês! Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, lhes
acompanhe sempre com a sua ternura: «Ide e fazei discípulos entre todas as
nações»”.
No
ofertório, foi apresentada uma criança com anencefalia (no colo do seu pai)
como sinal de acolhida e oferta a Deus pela vida. No sábado, de fato, após a
saída da Catedral do Rio de Janeiro - onde celebrou com Bispos, sacerdotes,
seminaristas e religiosos -, o Papa Francisco encontrou-se com um casal que lhe
apresentou a sua pequena filha, nascida anencéfala. Eles não quiseram abortar,
mesmo sendo permitido pela legislação.
Na oração
dos fiéis, rezou-se pelas vítimas do acidente de trem ocorrido em Santiago de
Compostela, na Espanha.Após a comunhão, o Presidente do Pontifício Conselho dos
leigos, Cardeal Stanislaw Rilko, fez seu pronunciamento. Após, cinco jovens
representando os cinco continentes, receberam do Papa Francisco a cruz
missionária..
(JE)
FONTE: http://www.news.va
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