Castel
Gandolfo (RL) - 2013-02-28 18:30:46 -
"Obrigado,
caros amigos, estou feliz por encontrar-me com vocês, circundado pela beleza da
Criação e pela simpatia de vocês que me fazem muito bem. Obrigado pela amizade
de vocês, do seu afeto!" Essas foram as primeiras palavras de Bento XVI dirigidas
aos fiéis reunidos diante da residência apostólica de Castel Gandolfo.
"Vocês
sabem que este dia é para mim diferente dos dias precedentes: serei Sumo
Pontífice da Igreja Católica até às 20h desta noite, depois não mais o
serei". "Sou simplesmente um peregrino – prosseguiu – que inicia a
última etapa de sua peregrinação nesta terra. Mas gostaria ainda com o meu
coração, com o meu amor, com a minha oração, com a minha reflexão, com todas as
minhas forças interiores, de trabalhar em prol do bem comum e do bem da Igreja
e da humanidade. E me sinto muito apoiado pela simpatia de vocês. Sigamos
adiante com o Senhor para o bem da Igreja e do mundo. Obrigado!"
Em seguida,
emocionado, o Santo Padre concedeu a sua Bênção apostólica aos presentes.
O Papa havia
chegado a Castel Gandolfo às 17h23, ao heliporto das Vilas Pontifícias,
acolhido pelo som dos sinos da Diocese de Albano Laziale.
De fato,
Bento XVI havia deixado o Vaticano de helicóptero às 17h07, também ao som dos
sinos e dando a volta sobre a Praça São Pedro para saudar os muitos fiéis
reunidos para dirigir-lhe a última comovida saudação de Roma expressando o seu
muito obrigado ao Papa.
O
helicóptero sobrevoou o Coliseu e a Basílica de São João de Latrão – sede da
Diocese de Roma –, com imagens transmitidas pelo Centro Televisivo Vaticano
(CTV).
Pouco antes
das 17h locais, no pátio São Damaso, Bento XVI fora saudado pelos superiores da
Secretaria de Estado, conduzidos pelo Cardeal Tarcisio Bertone, pelos cardeais
Agostino Vallini e Angelo Comastri, respectivamente, vigário-geral do Papa para
a Diocese de Roma, e vigário do Papa para o Estado da Cidade do Vaticano, e
pelo piquete da Guarda Suíça.
Passando de
automóvel diante da Gruta de Lourdes, nos Jardins Vaticanos, chegou em seguida
ao heliporto vaticano, onde foi acolhido pelo Cardeal decano Angelo Sodano e
pelo Cardeal Giovanni Lajolo.
Em Castel
Gandolfo o Papa foi acolhido pelo Cardeal Bertello, Dom Schiacca, pelo bispo de
Albano Laziale, Dom Marcello Semeraro, pelo diretor das Vilas Pontifícias,
Saverio Petrillo, bem como pelo prefeito de Castel Gandolfo.
Bento XVI
permanecerá na residência de Castel Gandolfo por cerca de dois meses, para em
seguida retornar ao Vaticano como Papa emérito e residir no mosteiro
"Mater Ecclesiae", uma vez restaurado. Às 20h concluiu-se o seu
Pontificado e se iniciou a sé vacante.
Bento XVI
publicou o seu último tweet no momento de deixar, às 17h locais, o Vaticano,
retirando-se para Castel Gandolfo, na qual enviou a seguinte mensagem:
"Obrigado pelo vosso amor e o vosso apoio! Possais viver sempre na alegria
que se experimenta quando se põe Cristo no centro da vida". (RL)
ASSISTA AO VÍDEO - LISTADO NA "SESSÃO VIDEOTECA"
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Cidade do
Vaticano (RV) – 2013-02-28 12:02:37
“Hoje,
queremos mais uma vez expressar-lhe toda a nossa gratidão.” Assim, o Decano do
Colégio Cardinalício, Card. Angelo Sodano, saudou o Papa Bento XVI, na Sala
Clementina, em nome de todos os cardeais presentes em Roma.
“Com grande
trepidação, os Padres Cardeais se unem ao seu redor, Santidade, para
manifestar-lhe mais uma vez seu profundo afeto e expressar-lhe viva gratidão
por seu testemunho de abnegado serviço apostólico, pelo bem da Igreja de Cristo
e de toda a humanidade.”
O Cardeal
Sodano afirmou que, “com profundo amor”, os cardeais tentaram acompanhá-Lo no
seu caminho, revivendo a experiência dos discípulos de Emaús, os quais, depois
de caminharam com Jesus, disseram um ao outro: ‘Não ardia o nosso coração
quando ele nos falava pelo caminho?’.
“Sim, Padre
Santo, saiba que o nosso coração também ardia enquanto caminhávamos juntos
nesses últimos oito anos. Hoje, queremos mais uma vez expressar-lhe toda a
nossa gratidão. Em coro, repetimos uma expressão típica de sua querida terra
natal: ‘Vergelt's Gott’, Deus lhe pague!”
O Cardeal
afirmou: “Em 19 de abril de 2005, Sua Santidade se inseriu na longa cadeia de
Sucessores do Apóstolo Pedro e hoje, 28 de fevereiro de 2013, está prestar a
deixar-nos, à espera que o timão da barca de Pedro passe a outras mãos. Assim,
prosseguirá a sucessão apostólica, que o Senhor prometeu à sua Santa Igreja,
até quando se ouvir sobre a terra a voz do Anjo do Apocalipse que proclamará
‘Já não haverá mais tempo... então o mistério de Deus estará consumado’.
Terminará assim a história da Igreja, com a história do mundo, com o advento de
novos céus e terra nova.”
Após ouvir a
saudação do Decano do Colégio Cardinalício, Bento XVI tomou a palavra para se
despedir dos Cardeais.
Assim como o
Card. Sodano, o Papa também citou a experiência dos discípulos de Emaús,
afirmando que também para ele foi uma alegria caminhar em companhia dos
cardeais nesses anos na luz da presença do Senhor ressuscitado.
Como disse
ontem diante de milhares de fiéis que lotavam a Praça S. Pedro, a solidariedade
e o conselho do Colégio foram de grande ajuda no seu ministério. “Nesses oito
anos, vivemos com fé momentos belíssimos de luz radiosa no caminho da Igreja,
junto a momentos em que algumas nuvens se adensaram no céu. Buscamos servir
Cristo e a sua Igreja com amor profundo e total. Doamos a esperança que nos vem
de Cristo e que é a única capaz de iluminar o caminho. Juntos, podemos
agradecer ao Senhor que nos fez crescer na comunhão. Juntos, podemos pedir para
que nos ajude a crescer ainda nessa unidade profunda, de modo que o Colégio dos
Cardeais seja como uma orquestra, onde as diversidades, expressão da Igreja
universal, concorrem à superior e concorde harmonia."
Aos
Cardeais, o Papa expressou “um pensamento simples” sobre a Igreja e sobre o seu
mistério, que constitui para todos nós a razão e a paixão da vida, escrita por
Romano Guardini. Ou seja, de que a Igreja não é uma instituição excogitada, mas
uma realidade viva. Ela vive do decorrer do tempo, transformando-se, mas em sua
natureza permanece sempre a mesma. O seu coração é Cristo.
Parece que
esta foi a nossa experiência ontem na Praça. Ver que a Igreja é um corpo vivo,
animado pelo Espírito Santo, e vive realmente da força de Deus. Ela está no
mundo, apesar de não ser do mundo. É de Deus, de Cristo, do Espírito Santo e
nós o vimos ontem. Por isso é verdadeira e eloquente a outra famosa expressão
de Guardini:
A Igreja se
desperta no ânimo das pessoas. A Igreja vive, cresce e se desperta nos ânimos
que, como a Virgem Maria, acolhem a palavra de Deus e a concebem por obra do
Espírito Santo. Oferecem a Deus a própria carne e o próprio trabalho em sua
pobreza e humildade, se tornando capazes de gerar Cristo hoje no mundo.
Através da
Igreja, disse o Papa, o mistério da encarnação permanece presente sempre. E fez
um apelo aos Cardeais:
“Permaneçamos
unidos, queridos irmãos, neste mistério, na oração, especialmente na Eucaristia
cotidiana, e assim serviremos a Igreja e toda a humanidade. Esta é a nossa
alegria que ninguém pode nos tirar. Antes de saudá-los pessoalmente, desejo
dizer que continuarei próximo com a oração, especialmente nos próximos dias,
para que sejais plenamente dóceis à ação do Espírito Santo na eleição do novo
Papa. Que o Senhor vos mostre quem Ele quer. E entre vós, entre o Colégio dos
cardeais, está também o futuro Papa, ao qual já hoje prometo a minha
incondicionada reverência e obediência.”
ASSISTA AO VÍDEO- LISTADO NA "SESSÃO VIDEOTECA"
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Fonte: Radio
Vaticano
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