A
Congregação para as Causas dos Santos aprovou “nihil obstat”, nesta
quarta-feira, 31 de outubro, que o processo da candidata carioca aos altares,
Odette Vidal de Oliveira, mais conhecida como “Odetinha” tenha início. Mística
da Eucaristia, ao receber a comunhão, com apenas 7 anos de idade, ela já tinha
abertura de coração para pedir: “Oh meu Jesus, vinde agora ao meu coração!”.
Reconhecendo
sua fé viva, sua confiança inabalável e intenso amor por Deus e pelo próximo, a
Igreja no Rio de Janeiro criou uma comissão coordenada pelo Vigário Episcopal
para a Vida Consagrada, Dom Roberto Lopes, para apresentar a candidata
oficialmente à Congregação para as Causas dos Santos.
— O primeiro
passo foi apresentar a Odetinha, fazendo o pedido oficial à Congregação para as
Causas dos Santos, para darmos o início às pesquisas. O Arcebispo do Rio, Dom
Orani João Tempesta, abençoou e assinou esse nosso pedido e, agora, a
Congregação já responde àquilo que nós estávamos esperando, que é o “nihil
obstat”. O próximo passo é a abertura do processo arquidiocesano. Temos como
projeto que, no dia 18 de janeiro de 2013, durante a festa de São Sebastião, se
faça essa abertura, quando Dom Orani vai nomear o tribunal, com todos os
responsáveis e, a partir daí, a equipe vai convocar todas as pessoas que por
ventura tiveram contato com a Odetinha, para que as mesmas respondam perguntas
a seu respeito. A ideia inicial é que também, no dia 20 de janeiro, tenhamos
uma Missa na Catedral, onde seja designada a Igreja para a qual Odetinha será levada
e onde vão ficar suas relíquias. Teremos a exumação de seu corpo e uma série de
atividades vão acontecer até o mês de janeiro, preparando tudo isso - Contou Dom
Roberto.
Breve
Histórico
Odette Vidal
de Oliveira nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1930.
Chamada carinhosamente pelos pais de “Odetinha”, lírio de pureza e caridade,
dotada de um amor extraordinário a Jesus Eucarístico, ia à missa com sua mãe.
Desde muito pequena, aos quatro anos, já possuía colóquios íntimos com o Senhor
Sacramentado.
Tendo se
mudado para o bairro de Botafogo, na zona sul do Rio, fez a sua Primeira
comunhão no Colégio São Marcelo, da Paróquia Imaculada Conceição, ao lado de
sua casa, em 15 de agosto de 1937, aos sete anos de idade. Desde então, ao receber
a comunhão, dizia: “Oh meu Jesus, vinde agora ao meu coração!”. Seu confessor
atestou sua fé viva, confiança inabalável, intenso amor a Deus e ao próximo.
Demonstrou
profunda caridade para com os pobres e a busca da santidade de forma
impressionante e extraordinária para uma criança tão nova. Inserida de fato na
causa de promoção dos mais carentes, gostava muito de ajudá-los com obras
concretas de misericórdia, e atividades caritativas semanais (sua mãe fazia uma
feijoada aos sábados para os pobres a seu pedido e ela colocava seu avental e
servia a todos alegremente). Irradiou e inspirou uma imensa obra social,
assumida com seriedade pelos seus pais, tornando-os grandes apóstolos da
caridade por toda sua vida. Estes colaboraram efetivamente com muitos Institutos
de Vida Religiosa, salvando alguns da falência, além do trabalho com as meninas
órfãs (um pedido de Odetinha), até hoje administrado por religiosas e
voluntários.
Sua piedade
explica o segredo de todo o bem que realizou com máxima paciência, admirada por
todos até o fim. A modéstia e o pudor foram um grande sinal de uma alma pura e
boa, nos divertimentos mais inocentes de sua infância. Amava os lírios e rezava
o terço diariamente, revelando, assim, sua confiança total em Nossa Senhora.
Queixava-se, ainda, pelo fato de São José, que tanto trabalhou e sofreu por
Jesus e Nossa Senhora, ser tão pouco honrado.
Nos últimos
quarenta e nove dias de sua vida sofreu dolorosa enfermidade – paratifo,
suportada com paciência cristã. No leito de dor, dizia: “Eu vos ofereço, ó meu
Jesus, todos os meus sofrimentos pelas missões e pelas crianças pobres (Cf. Ef.
5, 1-2)”. No dia de sua morte, ocorrida em 25 de novembro de 1939, Odetinha
recebeu a Sagrada Comunhão às 7h30min e na ação de graças disse: “Meu Jesus, meu
amor, minha vida, meu tudo”. Assim, serenamente, às 8h20min entregou sua alma
inocente a Deus.
Ele escolhe
tantas vezes os pequeninos para tornar mais evidente as maravilhas de sua
Graça. “Foi arrebatada para que a malícia não lhe mudasse o modo de pensar ou
para que as aparências enganadoras não seduzissem a sua alma”. (Sb. 4,11).
Seu túmulo
situa-se na quadra 06, n.º. 850, no Cemitério São João Batista (Botafogo). Até
hoje é um dos mais visitados, sobretudo aos sábados e domingos, por inúmeras
pessoas que ali acorrem para agradecer benefícios espirituais e temporais que
atribuem à sua intercessão junto a Deus. Sua biografia oficial, lançada no ano
seguinte de sua morte pelo Padre Afonso Maria Germe, causou grande comoção na
sociedade carioca.
Eis como
Odetinha rezava seu “Tercinho de amor”: nas contas pequenas – “Meu Jesus eu vos
amo!”; nas contas grandes – “Quero passar para o céu fazendo bem à terra”; nas
três últimas contas – “Meu Jesus, abençoai-me, santificai-me, enchei o meu
coração de vosso amor”.
Oração
Ó querido Jesus, que escolhestes as
criancinhas, curando-as e as abençoando, demonstrando particular predileção por
elas, que Vos louvam com um louvor perfeito e revelando, assim, o Reino de Deus
aos menos favorecidos da sociedade, aos simples e aos humildes.
Olhai com carinho nosso pedido, pelos
méritos infinitos de Vosso Santíssimo Coração e do Coração Imaculado da
Santíssima Virgem que, se for para a Vossa maior Glória e bem de nossas almas,
Vos digneis glorificar, diante de toda a Igreja, a menina Odete Vidal de
Oliveira (Odetinha), lírio de pureza e caridade da Igreja Particular de São
Sebastião do Rio de Janeiro e exemplo de vida para o povo de Deus.
Unidos em Comunhão eucarística e
guiados pela doçura do Espírito Santo, concedei-nos, por sua intercessão, a
graça que Vos pedimos. Amém.
Pai-Nosso,
Ave-Maria e Glória ao Pai.
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“Odetinha”:
candidata carioca aos altares
Por :
Marcylene Capper e Padre João Cláudio
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